Reuniões, palestras de formação continuada e uma chuva de conteúdos e lives têm movimentado as escolas e a vida do professor do Ensino Médio. Isso porque, em 2022, essa fase escolar passará pela reforma prevista em 2016. E, diante dessa nova realidade, os questionamentos, inseguranças e incertezas são enormes.
Há muito tempo, têm sido discutidos aspectos do currículo básico comum. Não raro, levantam-se questionamentos sobre a aplicabilidade de conteúdos vistos em algumas disciplinas. Contudo, esse não foi o único aspecto a ser considerado que motivou a criação da proposta.
Essa transformação pretende flexibilizar a grade curricular e o novo Ensino Médio, teoricamente, traz propostas que são desejadas há tempos: articular o ensino básico ao profissionalizante, orientar o aluno nas escolhas das disciplinas e participar da educação em tempo integral. Embora a teoria apresente o sonho da evolução escolar, a ocorrência desta, na prática, ainda é vista sob nuvens escuras.
Ainda que a proposta tenha sido aprovada em 2016, não houve, de lá pra cá, uma participação significativa dos docentes e dos discentes na elaboração do programa, o que pode comprometer o resultado final da sua aplicação. Isso decorre também de fatores econômicos já conhecidos de muitas regiões. Escolas que antes já não contavam com estrutura para receberem a carga horária de 800 horas terão que ofertar pelo menos 1000. Dessa forma, ficam em aberto questões sobre a manutenção dos alunos nas escolas, a oferta de disciplinas, a qualificação dos professores e a orientação dos alunos.
Agora, no entanto, cabe a nós aguardarmos e, ainda mais importante, estarmos atentos à reforma, à implantação, às mudanças. Uma vez que ela já está aí batendo na porta, devemos nos certificar de que ela cumpra o seu propósito e que vá além, reduzindo as desigualdades, abrindo portas para a juventude, construindo pontes para a reforma de que mais precisamos: escolas que formem cidadãos comprometidos com os seres humanos e com o meio ambiente, promovendo a vida e a paz no mundo.
Além da flexibilização da grade curricular, o novo Ensino Médio irá priorizar a articulação com a educação profissional e a educação integral com apoio financeiro do governo federal. Com as novas regras, o governo pretende combater a evasão escolar. Atualmente, pelo menos quatro em cada dez alunos de até 19 anos não terminam o ensino médio. Muitos estudantes deixam a sala de aula por falta de incentivo. Afinal, estudar o que e para quê ? As mudanças no currículo pretendem estimular esses jovens, que vão poder definir parte das matérias. Na verdade, as escolas de Ensino Médio não estavam preparando os jovens para o mercado de trabalho. Então, precisava de uma atitude ousada como a que foi aprovada e transformada em Lei.
O novo ensino médio não obriga todas as escolas a terem ensino integral, pois a decisão será das redes de ensino e vai depender de as escolas terem condições, mas, por outro lado, todos os alunos terão mais horas de aula. O novo modelo divide as disciplinas em cinco áreas de conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas/sociais e formação técnica/profissional) e prevê a implantação gradativa do ensino integral, com sete horas de aulas por dia ou 1,4 mil horas por ano após cinco anos. Até lá, entretanto, o sistema deverá evoluir para oferecer carga horária de pelo menos mil horas. Hoje o ano letivo conta 800 horas.
Renata Antunes Fogaça, formada em Letras - Licenciatura da Língua Portuguesa, Especialista em gramática da Língua Portuguesa e Especializanda em Neuroeducação. Renata é proprietária da Escola Lição A+ em Itabirito/MG e referência em ensino no município.
Mín. 18° Máx. 28°
Mín. 17° Máx. 26°
ChuvaMín. 18° Máx. 27°
Chuva