Desde de que me tornei mãe, não imaginei que criar uma adolescente fosse tão desafiador. Diferentemente da infância, em que os filhos exigem muito de nós e as coisas parecem sempre iguais, essa fase é, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, rica em transformações simultâneas. Mudam-se o corpo, as palavras, as atitudes e a forma como lidam com as coisas. Por esse motivo, talvez a adolescência seja - não só para os filhos, como também para os pais - o período de maior estresse e instabilidade. Entretanto, essa fase é muito importante para a formação social desse jovem, bem como para a manutenção das relações com a família.
Enquanto crianças, os pais são espelhos para os filhos, a fonte de maior confiança e autoridade. Porém, na adolescência, é normal que haja uma sensação de liberdade e de descoberta mais aflorada, fazendo com que eles se tornem mais questionadores. Contudo, a busca pelo autoconhecimento, pelo seu lugar no mundo e pela formação de seus ideais faz com que o jovem sinta-se perdido e, muitas vezes, incompreendido. Com isso, a tentativa de encontrar seus “semelhantes” e o desejo de ser inserido socialmente passam a ser mais frequentes. Porém, ao priorizar os amigos e as relações externas, os pais se sentem excluídos.
Embora esse “rompimento” com os pais seja doloroso, é necessário que os adultos administrem esse sentimento. Levar para o pessoal e ressentir-se, como se houvesse sinais de ingratidão dos filhos, pode fazer com que eles se afastem ainda mais. É preciso perceber que aquela criança que estava presente o tempo todo ao lado dos pais se transformou em um adolescente que tem pensamento crítico, que quer ser ouvido e encontrar seu lugar no mundo. Dessa forma, como adultos, será possível orientar, exercer influência e, acima de tudo, apoiar os filhos, sem interferir ou controlar suas vidas.
Diante desses desafios, é necessário assumir um diálogo frequente e sincero. Questionar os filhos sem interesse em ouvi-los, apenas com o objetivo de ter controle sobre tudo, não fará com que os pais tenham maiores aberturas em suas vidas. Manter-se firme, sem abrir mão da gentileza e da empatia pode reduzir a “rebeldia” dos filhos, mantendo os laços afetivos. Afinal, uma coisa é certa: os adolescentes continuam precisando dos pais, só que agora de maneiras diferentes.
Renata Antunes Fogaça, formada em Letras - Licenciatura da Língua Portuguesa, Especialista em gramática da Língua Portuguesa e Especializanda em Neuroeducação. Renata é proprietária da Escola Lição A+ em Itabirito/MG e referência em ensino no município.
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