Domingo.
Após as dezessete horas é batata: a alergia aparece com ataques de espirros e coceiras.
Um trabalho intenso do corpo rejeitando a segunda-feira que se iniciará em algumas horas. Não se trata da segunda, e sim do que significa o dia: retorno a uma rotina não raramente estressante e fora dos planos de uma vida plena. Geralmente acomete quem não se sente satisfeito com o resultado da troca de sua moeda mais preciosa, o tempo.
Precisa ser assim? Por que é assim?
Prisão.
Asas ou gaiolas? Há uma porta aberta, diria o poeta, mas recusamos a sair.
Medo ou amor?
Medo de ser um fracasso a vista da sociedade engaiolada? Amor pelos bens ou serviços que a troca do tempo proporciona (geralmente números em contas correntes)?
Há outro ângulo para se ver? Há cura para a alergia a domingos?
Questões que um terapeuta pode resolver? Essa vida, ou o que chamamos de vida, tem que ser assim?
Uma eterna peça teatral, um drama sem fim, uma busca por autorrealização, por autoafirmação, por reconhecimento alheio e afagos no Ego?
Canções ou sanções?
Prefiro me limitar a tantas coisas na prerrogativa de ser amado que não ouço mais as canções que tocam ao meu lado.
Uso antialérgico. Alopático.
Resolve, até o próximo domingo.
Luís Fernando Gurgel e Souza, sobre histórias do cotidiano, fábulas, crônicas futebolísticas e emoções de cada um. luisfgurgel11@gmail.com
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