P.I.S.T.A. – Prosa Inventiva (pra) Sortá (os) Trem Acumulado
No último dia onze eu completei mais uma revolução solar. Foi a trigésima quinta vez que eu testemunhei o Sol passar naquela mesma posição em algum lugar do Universo na casa de Gêmeos. Nem sempre consciente, é verdade. Nas primeiras vezes, então, com certeza nem ligava para isso. A tarefa nas primeiras revoluções era comer, dormir e gerar resíduos nada aromáticos (pobres de mamãe e papai!). Mas estou tentando ser mais consciente nos últimos tempos! E este pensamento foi o gatilho para mais uma das minhas viagens no Vale da Mirabolância.
Viajei na palavra Revolução.
“Revolução” tem dois sentidos segundo o dicionário. Um dos sentidos é o usado na Astronomia e significa retorno periódico de um corpo astral a um ponto da própria órbita.
O outro sentido se refere ao ato ou efeito de revolucionar-se, ou seja, transformar profundamente, causar sensível mudança em alguma coisa.
Esta última definição me acompanhou durante muitas aulas de História. Suponho que todos já ouviram falar de Revolução Francesa, Revolução Industrial, Revolução Cubana, Revolução Americana, etc. O que esses movimentos sociais tinham em comum era a ideia de quebrar as estruturas de um senso dominante. Como se dissessem “Ó, esse trem não está bom, não estou satisfeito, quero mudar”. Obviamente, a revolução nestes moldes gera conflito. Conflito de ideias que na maioria dos casos se manifesta em confrontos físicos e em guerras. Robespierre que o diga.
Na minha viagem, imaginei que dentro de nós há uma parte Robespierre querendo revolucionar a consciência. Transformar as ideias, sair do conformismo e condicionamentos impostos pela atual sociedade. O mundo diz “seja isso”, “seja aquilo’’, “isso vai te trazer fracasso”, “aquilo é o certo’’, “busque o sucesso”. Este é um discurso que nos coloca em uma prisão.
A Revolução começa quando iniciamos a busca da liberdade! Liberdade de ser. Sair da “Matrix”. E isso é ótimo! O problema é quando o nosso Robespierre interior, virado no Jiraya, utiliza de violência e quer guilhotinar o “velho eu” opositor de suas ideias. Ele vira um tirano. O veneno do poder. Isso pode causar muita dor, pois representa uma briga interna entre duas frentes de pensamentos opostos. Um quer continuar usando a máscara, o outro quer quebrar esta máscara. Nesta hora a Revolução precisa de uma pacificação, uma dose de Mahatma Gandhi, talvez.
Misturando toda essa massa revolucionária no liquidificador, cheguei ao meu próprio conceito de Revolução.
Perceba caro leitor e leitora, que a palavra evolução está contida em revolução. Posso brincar com os conceitos da gramática e afirmar que o sentido do prefixo “Re-” nesta palavra traz a ideia de repetição e de reforço.
Portanto, a palavra revolução no dicionário moderno "Luisista" quer dizer evoluir continuamente.
E trago argumento forte sobre esse sentido, utilizando-me do conceito maravilhoso de Murilo Gun (olha ele aí de novo, cola neste cabra!) sobre a espiral ascendente do conhecimento.
Estamos girando em torno da ideia de sermos livres de pensamentos e com o compromisso de expandir a consciência para contribuir com o aumento da vibração em frequências construtivas no mundo (isso é muito bonito). Autorresponsabilidade, caro leitor e cara leitora! A cada giro na espiral voltamos a um aparente mesmo ponto, mas estamos um pouco mais acima. A consciência um pouco mais ativa liberta e dá a energia que propulsiona para um patamar mais alto. Antes o que te afligia era muito doloroso. Com uma revolução e vendo de cima na espiral ascendente, não aflige e nem dói mais.
E assim evoluindo continuamente, “revoluindo”.
O suco ficou saboroso depois de bater no liquidificador da minha mente? Na minha cabeça recém-revolucionada fez total sentido.
Sou uma pessoa que gosta do aniversário. Na manhã do dia onze, minha mãe me enviou os parabéns. Agradeci a ela pela vida. Com o passar das revoluções (astronômicas e transformadoras) sinto que aprecio cada vez mais a vida. Celebre a vida! Celebre a jornada! Confia no processo!
Que venham mais revoluções para cada vez mais evoluir!
Luís Fernando Gurgel e Souza, sobre histórias do cotidiano, fábulas, crônicas futebolísticas e emoções de cada um. luisfgurgel11@gmail.com
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