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REVOLUÇÃO II

TEXTO ESCRITO DIA 11/06/2022

17/06/2022 21h26
Por: Redação Fonte: Luís Fernando Gurgel e Souza
REVOLUÇÃO II

“Hoje é dia de meu aniversário: inferno astral se contemporiza

com minha necessidade de navegar.

Navegar, será preciso?

Novo ciclo começa.

Algo se extingue, algo recomeça.

Navio que singra os mares do sertão que vai virar mar: preciso

partir, embora sem rumo.

Direção se cria ao navegar, sempre sei para onde ir.”

(Poesia de Paulo Cezar Ventura, em “Mistérios de Marte”)

 

Hoje eu completo mais uma revolução solar. É a trigésima sexta vez que eu testemunho o Sol passar naquela mesma posição, em algum lugar do Universo, pela Constelação de Gêmeos. Evento grandioso? Nem um pouco, nada de especial, o Sol não se importa. Apenas mais uma vida desafiando as Leis Entrópicas do Universo.

 

Mas esta vida invoca o ato rebelde contra o caos do Macrocosmo, e celebra a própria perspectiva revolucionária. O sistema de dentro enaltece o Sistema de fora e solta um grito inaudível do anseio de deixar uma marca neste mar de (des)ordem. 

“Viva a minha revolução!”

 

E após esse gesto insurgente, viajei na palavra Revolução.

 

Tem dois sentidos segundo o dicionário. Um dos sentidos é o usado na Astronomia e significa retorno periódico de um corpo astral a um ponto da própria órbita.

 

O outro sentido se refere ao ato ou efeito de revolucionar-se, ou seja, transformar profundamente, causar sensível mudança em alguma coisa.

 

Esta última definição me acompanhou durante muitas aulas de História. Suponho que todos já ouviram falar das Revoluções Francesa, Americana e dos Cravos. O que esses movimentos sociais tinham em comum era a ideia de quebrar as estruturas de um senso dominante. Como se dissessem: “Ó, esse trem não está bom, não estou satisfeito, quero mudar”. Não raramente, nestes moldes de conflito, ocorriam confrontos físicos e guerras. Robespierre que o diga. 

 

Na minha viagem, imaginei que dentro de nós há uma parte Robespierre querendo revolucionar a consciência. Transformar as ideias, sair do conformismo e condicionamentos impostos pela atual sociedade.  O mundo diz “seja isso”, “seja aquilo'', “isso será um fracasso”, “aquilo é o certo'', “busque o sucesso”. Este é um discurso que nos coloca em uma prisão.

 

A Revolução começa quando iniciamos a busca da liberdade de Ser. Sair da “Matrix”. E isso é ótimo! O problema é quando o nosso Robespierre interior, virado no Jiraya, utiliza de violência e quer guilhotinar o “velho eu” opositor de suas ideias. Ele vira um tirano.

 

O veneno do poder.

 

Isso pode causar muita dor, pois representa uma briga interna entre duas frentes de pensamentos opostos. Um quer continuar usando a máscara, o outro quer quebrar esta máscara. Nesta hora é preciso uma pacificação, uma mediação de Mahatma Gandhi, talvez. 

 

Misturando toda essa massa progressista no liquidificador, cheguei ao meu próprio conceito de Revolução.

 

Perceba, caro leitor, que a palavra evolução está contida em revolução. Posso brincar com os conceitos da gramática e afirmar que o sentido do prefixo “Re-” nesta palavra traz a ideia de repetição e de reforço (eu suprimi uma vogal “e”, considere uma licença poética). 

 

Portanto, a palavra revolução no dicionário moderno "Luisista" quer dizer evoluir continuamente. 

 

E trago argumento forte sobre esse sentido, utilizando-me do conceito maravilhoso de Murilo Gun (olha ele aí de novo, cola neste cabra!) sobre a espiral ascendente do conhecimento.

 

Estamos girando em torno da ideia de sermos livres de pensamentos e com o compromisso de expandir a consciência para contribuir com o aumento da vibração em frequências construtivas no mundo (isso é muito bonito!). Autorresponsabilidade, caro leitor! A cada giro na espiral voltamos a um aparente mesmo ponto, mas estamos um pouco mais acima. A consciência um pouco mais ativa, liberta e dá a energia que propulsiona para um patamar mais alto. Antes o que te afligia era muito doloroso. Com uma revolução e vendo de cima na espiral ascendente, não aflige e nem dói tanto mais.

 

E assim evoluindo continuamente, “revoluindo”.

 

Hoje pela manhã minha mãe me enviou os parabéns. Agradeci a ela pela vida. Com o passar das revoluções (astronômicas e transformadoras) sinto que aprecio cada vez mais a vida. Celebre a vida! Celebre a jornada! Confia no processo! 

 

Que venham mais revoluções para cada vez mais evoluir!

 

Luís Fernando Gurgel e Souza, sobre histórias do cotidiano, fábulas, crônicas futebolísticas e emoções de cada um.  luisfgurgel11@gmail.com 

 

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Penso em publicar na coluna as histórias de humor sobre as aventuras do detetive Ted Rocky, as histórias da Abelha Rita Bee com suas pílulas de sabedoria filosófica. As inusitadas histórias de um torcedor de futebol. O cotidiano de um jovem casal recém-casado. Crônicas espirituosas e espiritualizadas. Uma caixinha sortida de crônicas.
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