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A minha aventura em fazer poeminhas ligeiros

22/09/2021 18h41 Atualizada há 3 anos
Por: Redação Fonte: Luís Fernando Gurgel e Souza
(Ar) Risco Poemas

Gostaria de compartilhar com vocês, caros leitores e caras leitoras, a minha aventura em fazer poeminhas ligeiros. Portanto inauguro uma nova categoria nesta humilde e querida coluna. Eu (ar)riscando poemas.

 

Poema é um estilo de escrita fascinante. O caro leitor e a cara leitora devem ter estudado nas aulas de Literatura tantos autores e tantas formas de escrever um poema, seguindo determinada escola e determinada métrica e rimas, etc. Não me apego a métricas e rimas, gosto de degustar a mensagem por trás das palavras. Não que o autor tenha alguma intenção de transmitir mensagem, às vezes é só expressão de um momento e não quer dizer nada. E isso é que fascina. Considero poema um estilo simples e profundo, capaz de fazer o leitor viajar com apenas uma linha de palavras conectadas que por vezes desafia a razão e a lógica. A graça é o que aquelas palavras causam em você. Cada pessoa terá uma percepção diferente, pois o sentido depende da bagagem que cada um carrega no seu porta-malas interior. O poema para mim tem a função de gerar emoções, sentimentos e reflexões próprias no leitor, o usuário dos versos. E não explicar o que o autor quis dizer.

 

Meu fascínio com poemas começou quando minha tia Lea me apresentou Manoel de Barros. Um perito das palavras, o poeta das miudezas, capaz de transformar o simples em fantástico. Foi ele quem disse certa vez que achava engraçado tentarem saber o que o poeta Manoel quis dizer com as suas poesias. “Eu não quis dizer nada”, disse ele, “poesia não é para descrever é para descobrir”. E foi ele quem disse também: “Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira”.

 

Se o caro leitor e a cara leitora se interessarem, aqui está o link do documentário sobre Manoel de Barros intitulado “Só dez por cento é mentira”: https://www.youtube.com/watch?v=VG4P_mWWAI0

 

Encantado com Manoel, minha tia que passou a ser também minha instrutora literária (a mulher tem muito bom gosto), me incentivou a ler outros poetas encantadores como os portugueses Fernando Pessoa e mais recentemente Afonso Cruz. Este último escreveu o livro “Vamos comprar um poeta”, recomendado por este colunista. Uma leitura muito gostosa!

 

Cismei e escrevi. Esta foi a frase que me veio à cabeça quando acumulado de alguma coragem manifestei as letras no papel digital usando a tinta do teclado do notebook pela primeira vez. Longe de mim querer dizer alguma coisa, perto de mim expressar apenas palavras. Palavras me encantam e são muito divertidas. Ótimas companheiras nestas brincadeiras.

 

Então lá vai, aqui estou brincando de ser poeta, olhando para cima e vendo Manoel.

  

O BARBEIRO DE PLANTAS

 

 

O lírio da paz estava amarelado

em suas pontas.

 

Ouvi a mãe dizer que cortou as pontas do cabelo.

 

"Para quê?"

 

"Para crescer mais forte."

 

Aparei as pontas das folhas do lírio da paz.

 

A mãe ficou brava.

 

"É para crescer mais verde.

 

Quando crescer vou ser barbeiro de plantas.”

 

 

 

VIAGENS DE PALAVRAS I

 

Retrato.

Imagem roubada do vento. 

 

Re-trato.

 

Tratar de novo.

 

Talvez a imagem não ficou do agrado.

 

...

 

Acertiva

 

Palavra escrita errada.

 

O certo é assertiva. 

 

Não existe a palavra com a letra C na língua.

 

Protesto contra a ortografia. 

 

Oras, acertiva vem de acerto.

 

A língua pode não ser acertiva.

...

 

Vidente.

 

O sujeito que sabe o que acontece antes de acontecer.

A mãe é vidente quando sabe que subindo na árvore posso quebrar o dente.

"Não suba aí, menino, vai se estrepar. Vi dente, ali no chão, ó!"

Pintor.

Aquele que pinta, mentor de tinta.

Aquele que colore coisas.

Usa cores para criar vida.

O pai é pintor quando aconselha:

“Envermelha uma vez para não amarelar a vida inteira!”

Pintor de caráter, o pai.

 

 

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Penso em publicar na coluna as histórias de humor sobre as aventuras do detetive Ted Rocky, as histórias da Abelha Rita Bee com suas pílulas de sabedoria filosófica. As inusitadas histórias de um torcedor de futebol. O cotidiano de um jovem casal recém-casado. Crônicas espirituosas e espiritualizadas. Uma caixinha sortida de crônicas.
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