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Geral P.I.S.T.A.

De Um Brasileiro

P.I.S.T.A. é o acrônimo de Prosa Inventiva (pra) Sortá (os) Trem Acumulado (assim mesmo, bem no “mineirês”).

08/09/2021 21h32 Atualizada há 3 anos
Por: Redação Fonte: Luís Fernando Gurgel e Souza
De Um Brasileiro

Certa vez ouvi de um cientista político e professor de geografia que o agente público político não deve ser amado. Diz o professor Heni Ozi Cukier (conhecido como Professor HOC) que no Brasil a política é tratada como um movimento de torcida de futebol ou de endeusamento religioso. Mistura de futebol e religião, ou seja, temas muito sensíveis. Não à toa, há uma crença que estes temas não podem ser discutidos: política, futebol e religião. Talvez por isso, costumamos misturar as coisas. Não lhe parece isto, caro leitor e cara leitora? Aqui está o link da aula do professor HOC para quem se interessar: https://www.youtube.com/watch?v=Fl3EBaZ7hOA

  

A paixão cega nos rouba o bom senso crítico. Foca-se na narrativa ideológica. Os assuntos ganham contornos de fanatismo, como é o caso de torcer pelas cores do seu clube do coração ou pelo seu ídolo no futebol de forma exageradamente apaixonada. Neste caso, ninguém mais está certo a não ser que torça pelo meu time. Não há mais discussão de ideias, apenas a preferência pelo ídolo Messi, por exemplo. Quem tem preferência pelo Cristiano Ronaldo não presta e não entende de futebol.

 

Na ciência da política, os assuntos devem ser tratados com seriedade, conta o professor HOC. Não deve ser tratada como relação de paixão de torcida por uma cor ou relação de amor divino. E sim ser tratado com maturidade, com apresentação de ideias, de argumentos, com diplomacia para se chegar à melhor resposta possível de uma determinada questão que envolve interesses coletivos.

 

No contexto do ato cívico brasileiro ocorrido nesta semana, os pensamentos permearam a cabeça e as palavras pularam para este texto. Surgiu uma prosa versada contendo fragmentos soltos e, talvez, incompreensíveis.

 

Feliz dia da (ao que parece persistente) Bruzundanga.

Brasil

Sentimento de ser brasileiro

Raiva, raiva, raiva.

O que é aquela casta em Brasília?

Onipotência?

"Aos amigos tudo, aos inimigos o rigor da Lei."

Desilusão verde amarela.

Quem é o inimigo? 

Veste Amarelo?

Veste Vermelho?

Veste Azul?

Não importa a cor. 

São muitos Brasis.

Posso falar por mim.

Nunca antes na história deste país

Senti tanta raiva 

Direcionada a um símbolo.

"Vá de retro, Messiah!"

Controverso, não?

Mais controverso é o não à vida. Declarado.

O antagonista.

Representa o avesso do que entendo ser humano.

Estariam todos enfeitiçados?

Pessoas queridas sob o feitiço.

Estaria eu enfeitiçado?

O que é certo, o que é errado?

Longe de mim responder a esta pergunta.

Perto de mim reconhecer o meu sentimento. 

Raiva, raiva, raiva.

A cada dia, mais reconhecida.

Um cadinho no descaso.

Outro cado na empáfia e marasmo.

E um cadão na incompetência para a imunização

Contra o vírus, (da) desinformação.

Poderia eu pequeno influenciar algo?

Poderiam eles grandes influenciarem algo?

Aqueles do céu, do (Ney)mar, da terra?

Tenho herói? Preciso?

Mas Brasileiro eu sou. Dedicado a não desistir.

Visto preto e branco e procuro resistir.

Com resiliência.

Com expansão de consciência.

Mão fechada estendida em direção ao céu.

Shoryuken! Rumo às constelações. De tantas cores.

Onde mora a Origem.

Ainda há a voz da esperança, aquela danada! 

Sussurra. Como uma brisa de verão.

Pequeno eu sou, uma voz que não grita.

Ponderada.

Porém espera. E assume responsabilidade.

Compromisso com a própria verdade. 

Você tem a sua. 

A minha esclarece não quero os Messiah’s.

Que vestem cores primárias.

Que agem de forma primária e por vezes, secundária.

Que prometem projetos de poder.

Para si e para os seus.

Para nós, pouco se lixando.

“Lixamento” do coletivo.

“Lixamento” da Nação.

Linchamento da confiança

na ciência moral normativa do governo da sociedade civil.

Na Política.

Quando o país do futuro vai chegar?

No presente, me ensinam.

Como? Abrindo a mente, me orientam.

Primeiramente sendo independente

da polaridade e dos mililitros militantes de insanidade.

Afinal os opostos dão a volta

e se dão a mão às costas.

Quero protagonista (à procura)! 

Da vida.

Brasil, Brasil, Brasil!

Quero-o cordial. Cores harmonizadas.

Para ficar apenas a alma.

Una. Lugar para todos.

Já raiou a liberdade

No horizonte da maturidade

Pessoal?

Social?

Política?

Todas as alternativas?

Liberdade

Ainda que tarde

Da gaiola da mente unilateral.

Brava Gente!

Eles não querem abrir a porta!

E os grilhões ainda estão lá.

A guerra polarizada é lucrativa.

É interessante.

É alienante.

Gente brava das trincheiras polarizadas!

De terno e gravata!

Verborrágicos

Seborreicos.

Liberdade

Com asas

Mente livre

A bandeira da decência

Vistam

Resgatem

Pensem

Salvem o pendão da esperança.

...

Em setembro

O amarelo que me cativa é o do ipê.

Que contrasta com os campos verdes.

Um lindo verde amarelo.

Sob um céu azul.

Pontinhos de cores vivas

Como uma tela sendo pintada

Pelo pintor do universo.

Em sua sabedoria

Um lindo verde amarelo.

Em setembro gostaria de cantar

A liberdade em sete dias.

Com o pano de fundo da maturidade.

Livre de polaridade.

Poético!

Simbólico.

Utópico (até me convencer do contrário).

 

Luís Fernando Gurgel e Souza, sobre histórias do cotidiano, fábulas, crônicas futebolísticas e emoções de cada um.  luisfgurgel11@gmail.com

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Sobre CrônicaBox
Penso em publicar na coluna as histórias de humor sobre as aventuras do detetive Ted Rocky, as histórias da Abelha Rita Bee com suas pílulas de sabedoria filosófica. As inusitadas histórias de um torcedor de futebol. O cotidiano de um jovem casal recém-casado. Crônicas espirituosas e espiritualizadas. Uma caixinha sortida de crônicas.
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