A produção e captura de peixes têm crescido nos últimos dez anos no Paraná, sendo mais relevante para algumas regiões, como o Oeste e o Litoral. A tilápia é a espécie em destaque, representando 85% do VBP do setor, que totalizou R$ 2,07 bilhões em 2023. As perspectivas de aumento da produção no Estado são bastante otimistas. Esse é um dos temas do Boletim de Conjuntura Agropecuária produzido por técnicos do Deral, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, referente à semana de 7 a 13 de fevereiro.
“Com os investimentos realizados pela indústria de processamento, o cenário que se desenha para os próximos anos é otimista e espera-se que a atividade dobre de tamanho num curto espaço de tempo, possivelmente nos próximos três anos”, salienta Edmar Gervásio, técnico do Deral, em artigo no boletim.
O Paraná é líder na produção e exportação de tilápia e tem mantido um crescimento constante nas duas atividades. Entre 2022 e 2023 (último dado), a produção estadual aumentou em 30,8%, enquanto a exportação nesse mesmo período subiu 0,29%. Mas em 2024 foram enviados ao Exterior 47% a mais que no ano anterior em volume.
Em 2024 o Brasil exportou 53,8 mil toneladas de pescados, arrecadando US$ 272,9 milhões. De tilápia foram 10,8 mil toneladas. Dessas, o Paraná foi responsável por enviar 7,6 mil toneladas – o que representa 70,3% do total nacional – a um custo de US$ 34,6 milhões.
O documento traz em destaque a banana. As fortes chuvas no Litoral do Estado no último fim de semana, particularmente na zona rural de Guaratuba, onde foram registradas inundações, também acarretaram prejuízos para produtores da fruta, uma das principais culturas agrícolas da região.
As informações preliminares são de que cerca de 1,5 mil hectares com bananais foram afetados.
“Num primeiro momento as perdas se darão na qualidade das frutas a serem colhidas, exigindo um beneficiamento acurado dos bananicultores, o que acarreta custo maior, além de redução no preço final, comprometendo a remuneração”, destaca o engenheiro agrônomo do Deral Paulo Andrade, em artigo no Boletim.
No documento, ele salienta ainda que cerca de 80 hectares apresentam perda total de bananas. A recuperação dessas áreas poderá ser feita somente ao final deste ano.
Essa situação é relevante para o Estado, visto que o Litoral concentra 59% da produção de bananas, ainda que ela seja cultivada comercialmente em outros 310 municípios. Ali foram produzidas 95 mil toneladas em 4,2 mil hectares.
O destaque é Guaratuba, com 77 mil toneladas em 3,2 mil hectares – principalmente na comunidade de Cubatão –, que liderou a produção estadual e ocupou o 33.º lugar nacional.
Em 2023 o Paraná foi o 13.º produtor nacional da fruta, com área de 7,7 mil hectares e produção de 160,8 mil toneladas, de acordo com dados do Deral. A produção brasileira foi de 6,8 milhões de toneladas em 456,5 mil hectares, segundo índices do IBGE.
Em âmbito nacional a banana é a segunda fruta em importância, ficando atrás da laranja. No Paraná ela foi a segunda em volume colhido em 2023, e figura em quarto quando se trata de Valor Bruto de Produção (VBP), somando R$ 2,9 bilhões.
A redução no Estado vem se configurando nos últimos dez anos. Em 2014 a banana ocupava 9,9 mil hectares e produzia 230,2 mil toneladas.
BATATA-DOCE– Conhecida pela rusticidade, resistência, alto potencial produtivo e propriedades nutracêuticas, a batata-doce é cultivada em 1.717 municípios de 24 estados brasileiros. Em 2023 foram produzidas 925,6 mil toneladas em 61 mil hectares, com VBP de R$ 1,8 bilhão.
O Paraná é o nono principal produtor, com redução tanto em área quanto em produção nos últimos anos. Em 2014 foram produzidas 84,4 mil toneladas em 4,1 mil hectares, baixando para 60,2 mil toneladas em 3,3 mil hectares em 2023. Os núcleos de Curitiba, Londrina e Francisco Beltrão concentram a produção.
MANDIOCA– O boletim registra também um decréscimo de 4,2% no preço pago ao produtor de mandioca em janeiro, passando de R$ 673,47 para R$ 645,17. Mesmo assim o valor é 15% superior aos R$ 559,16, pagos em janeiro de 2024. Isso renova o ânimo do produtor, que já comemorava boas produtividades em 2024.
A colheita foi encerrada em dezembro e estima-se oferta de 3,69 milhões de toneladas, 4% a mais que as 3,57 milhões de toneladas de 2023. Com preços melhores e boas produtividades, é possível que haja aumento na área a ser plantada para o novo ciclo, o que leva a prever produção em torno de 4,1 milhões de toneladas.
SOJA– O relatório do Deral desta semana mostra que a colheita da soja está avançando no Estado. Dos 5,77 milhões de hectares estimados para a safra atual, ainda restam pouco mais de 3,8 milhões de hectares a serem colhidos.
O maior volume de plantas ainda no campo está na região Sul, com aproximadamente 40% do total; o Norte concentra outros 35%. Do que ainda resta, 77% são classificados com em bom desenvolvimento, outros 20% têm condição mediana e apenas 4% estão ruins.
SUÍNOS E BOVINOS– O preço médio de varejo dos cortes suínos monitorados pelo Deral (lombo sem osso, paleta com osso e pernil com osso) teve redução em janeiro de 2025, após sete meses consecutivos de aumento. Mas a queda foi de apenas 0,7%, ou R$ 0,03 por quilo. O valor médio, que era de R$ 22,22 em dezembro, chegou a R$ 22,19 agora.
A estimativa é que para este mês haja nova leve redução no preço médio de varejo dos cortes analisados. Mas os valores ainda devem manter uma média de R$ 5,00 por quilo acima do que foi registrado em fevereiro do ano passado.
O Índice Regional de Preços do Paraná – Alimentos e Bebidas, elaborado pelo Ipardes, apontou que janeiro foi marcado por alta de 0,75% na média estadual. Os cortes bovinos contribuíram com essa elevação. O contrafilé teve aumento de 0,91% e a costela bovina, de 1,66%. Já o patinho reduziu em 1,67% o preço em janeiro.
FRANGOS E PERU– Segundo o Agrostat Brasil/Mapa, as exportações brasileiras de carne de frango cresceram 1,3% em faturamento em 2024, com montante de US$ 9,742 bilhões. Em quantidade exportada o aumento foi de 3%, alcançando 5,1 milhões de toneladas.
Em carne de peru, o Brasil exportou 64,6 mil toneladas, resultando em ingresso de US$ 153,8 milhões. O resultado representa queda de 8% em volume (69,6 mil toneladas em 2023) e 23,3% em receita (em 2023 entraram US$ 200,5 milhões).
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