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Projeto cria plano para conservação de rios e navegabilidade na Amazônia

Um projeto de lei apresentado no Senado propõe a criação do Plano Rios Livres da Amazônia, para promover a navegabilidade e a preservação dos corpo...

06/01/2025 10h47
Por: Redação Fonte: Agência Senado
Rio Cassiporé, no Amapá: transporte aquaviário é essencial e tem grande potencial na região, mas enfrenta desafios - Foto: Parque Nacional do Cabo Orange
Rio Cassiporé, no Amapá: transporte aquaviário é essencial e tem grande potencial na região, mas enfrenta desafios - Foto: Parque Nacional do Cabo Orange

Um projeto de lei apresentado no Senado propõe a criação do Plano Rios Livres da Amazônia, para promover a navegabilidade e a preservação dos corpos de água na região, onde os rios têm papel essencial na mobilidade e na economia. De acordo com o autor da proposta ( PL 4.199/2024 ), senador Sérgio Petecão (PSD-AC), o objetivo é integrar ações voltadas à conservação dos rios e à promoção de um transporte hidroviário mais eficiente e sustentável.

De acordo com o projeto, o plano será implementado em cooperação com os estados da Amazônia Legal e terá como unidade de gestão as bacias hidrográficas da região, abrangendo os estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá, Mato Grosso e partes de Tocantins, Goiás e Maranhão.

O plano, segundo Petecão, baseia-se nos princípios de precaução, prevenção, poluidor-pagador (quem polui deve responder pelo prejuízo ao meio ambiente), desenvolvimento sustentável e participação social. O texto também prevê que o Rios Livres será executado por meio de programas de execução das bacias hidrográficas, com ações de monitoramento, dragagem, sinalização e manejo integrado das vias navegáveis.

“O ponto focal do projeto é a manutenção hidroviária da Amazônia Legal, integrada às políticas públicas vigentes, notadamente aquelas voltadas ao meio ambiente e ao transporte”, afirma Petecão. O autor lista, entre os objetivos principais do plano, as seguintes diretrizes:

  • promover a cooperação entre estados para execução do plano;
  • compatibilizar desenvolvimento econômico com a preservação dos recursos hídricos;
  • incentivar a educação ambiental e a participação social;
  • reduzir a poluição e danos ambientais nos corpos de água;
  • apoiar o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para o transporte hidroviário;
  • preparar e prevenir comunidades contra eventos hidrológicos críticos.

A governança do plano ficará a cargo de um comitê gestor, composto por representantes dos órgãos e entidades federais e estaduais responsáveis pelos recursos hídricos e transporte hidroviário. Cada bacia hidrográfica terá seu comitê, que será responsável por instituir e acompanhar o programa de execução do plano em sua área de atuação, além de coordenar a integração entre os entes federativos.

O senador destaca que a Região Norte possui grande potencial para a navegação fluvial, mas enfrenta desafios, como falta de infraestrutura adequada, sazonalidade das chuvas, interferência das mudanças climáticas, poluição e degradação das margens dos rios.

O senador cita dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), segundo os quais apenas 31% dos 63 mil quilômetros de rios com potencial navegável são explorados comercialmente no Brasil. Para Petecão, o Plano Rios Livres da Amazônia permitirá um melhor aproveitamento do sistema hidroviário da região, em um modelo que valoriza a sustentabilidade e a participação social.

O projeto está na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR), onde aguarda recebimento de emendas.

Vinícius Gonçalves, sob supervisão de Patrícia Oliveira

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