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Ação preventiva da Segurança Pública leva discussão de violência doméstica para dentro da sala de aula

Na semana do Dia Internacional da Mulher, cerca de 300 jovens de escola estadual de Ribeirão das Neves discutem temas como violência e machismo

06/03/2024 23h13
Por: Redação Fonte: Secom Minas Gerais
Tiago Ciccarini / Sejusp
Tiago Ciccarini / Sejusp
Tiago Ciccarini / Sejusp
Tiago Ciccarini / Sejusp

A conscientização e a informação sobre a violência contra a mulher são ferramentas utilizadas pelo Programa Mediação de Conflitos (PMC), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) , para diminuir os casos de feminicídios e abusos sofridos pelas mulheres em Minas Gerais.

Na semana do Dia Internacional da Mulher, cerca de 300 alunos da Escola Estadual Paulo Freire, de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), participam de oficinas que buscam a conscientização dos diversos tipos de violência que uma mulher pode sofrer e possíveis soluções para prevenir ou requerer direitos. A ação vai até quinta-feira (7/3) e é desenvolvida pela Política de Prevenção à Criminalidade da Sejusp.

As palestras que abordam o tema - em quatro dias de atividades na escola estadual - foram elaboradas pelo projeto “É na base! - PMC”, que realiza ações de prevenção e enfrentamento à violência contra as meninas e mulheres, junto às escolas localizadas nas áreas de abrangência do Programa Mediação de Conflitos.

As analistas sociais que comandam a ação usam músicas e fazem provocações estimulantes para envolver e dialogar com os alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio e do 9° ano do ensino fundamental, que engloba adolescentes entre 13 e 18 anos.

A analista do programa, Natália Fernandes, explicou que todo o conteúdo foi pensado para fazer os alunos refletirem, por isso, até a linguagem usada - que inclui gírias e expressões - colaboram para a aproximação dos jovens ao tema da violência doméstica.

"Queremos que o assunto não seja desconfortável, ao contrário, que eles entendam o que está acontecendo ou pode acontecer. Principalmente, que saibam a quem recorrer e como resolver os possíveis conflitos. Eles estão em uma fase de muito contato com a sexualidade, uma hora ótima para entender não só sobre isso, mas também sobre os papéis de gênero e como isso pode influenciar no ciclo da violência contra a mulher”, ressaltou.
 

Tiago Ciccarini / Sejusp
Tiago Ciccarini / Sejusp

Durante as oficinas, os alunos discutem machismo, tipos de violência, redes de apoio, entre outros temas. Passam a entender, também, como a Segurança Pública pode contribuir em caso de qualquer violência, seja por meio de ligações ao 190 da Polícia Militar, à Central de Atendimento à Mulher, 180, do Governo Federal; ou até mesmo pela ajuda do Programa Mediação de Conflitos, da Sejusp, que atua em Ribeirão das Neves.

Para o vice-diretor da Escola Estadual Paulo Freire, Augusto Sérgio, a oficina chegou em um excelente momento e os frutos já estão sendo colhidos.

“Estamos em uma região periférica, em uma área com muitos casos de violência contra a mulher, então recebemos muito bem essa iniciativa de conscientizar os alunos e instigá-los a respeitar e valorizar todos os seres humanos. Já recebi elogios dos alunos e até dos pais, que estão gostando muito. Os maiores beneficiados serão sempre os estudantes e a sociedade”, disse o diretor, após comemorar a presença do Programa Mediação de Conflitos na escola.

Atividades até a próxima quinta

Cada uma das oficinas que serão realizadas ao longo desta semana recebe em torno de 30 alunos por vez. As analistas sociais concordam que, em todas elas, os alunos se mostram participativos e se sentem confortáveis para contar experiências.

Júlia Miranda, de 15 anos, além de aprender, quer levar o conhecimento para suas amigas.

“Foi muito dinâmico e educativo, principalmente para as meninas daqui da escola que às vezes ainda não possuem tanto conhecimento. Não sabem os seus direitos, da importância em ter amor próprio, de como a dependência emocional pode nos afetar. A falta de conhecimento é que faz as mulheres não entenderem a situação em que elas estão", disse.

Os meninos também foram alcançados e saíram da oficina reflexivos. Erick Santtos, de 15 anos, disse que a mudança só pode acontecer se a informação for espalhada.

“Entendi que as pessoas devem se conscientizar sobre o assunto, pois mulheres e crianças estão sendo abusadas todos os dias. Para os homens, ficou a mensagem que precisamos ter consciência do que está acontecendo para começarmos a mudança e respeitar todos os direitos”, concluiu.

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