A microbiologista Natalia Pasternak afirmou nesta sexta-feira (11) à CPI da Covid, no Senado, que a ciência "não tem dois lados" em resposta ao senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que pediu a presença de especialistas favoráveis ao tratamento precoce na comissão.
"É importante salientar que princípios do jornalismo — e da política também — de sempre observar o contraditório, eles não se aplicam para a ciência porque a ciência é um processo investigativo, dos fatos, da realidade. E aí não cabe o contraditório. A ciência não tem dois lados. E isso não é por desrespeitar opiniões alheias, mas pelo modo como a ciência trabalha, que é um processo empírico de investigação", disse.
Girão vem defendendo o tratamento precoce e pautado sua atuação na CPI em favor da possibilidade da prescrição de medicamentos como a cloroquina. O remédio não tem eficácia contra covid-19, no entendimento da maior parte da classe médica e científica internacional. Entre os críticos do tratamento está a microbiologista Natalia Pasternak, convidada desta sexta na CPI.
Girão disse que Natália Pasternak e o médico sanitarista Claudio Maierovitch, outro crítico do método, trouxeram contribuições à comissão, mas que seria importante ouvir também pesquisadores a favor do tratamento precoce. "Ouvir um lado e ouvir o outro. Isso seria mais interessante do ponto de vista de ver eventuais contradições", afirmou.
Natalia Pasternak disse que esse princípio não se aplica à ciência, que é baseada em consensos. "Quando a gente fala que existem consensos científicos, eles são consensos - como o de que o aquecimento global é causado pelo homem. Para derrubar, são necessárias evidências robustas em contrário", afirmou.
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