O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (10) a decisão da ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber que permitiu ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), não comparecer à CPI da Covid.
"Vocês viram a decisão da ministra Rosa Weber?", perguntou a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. "Nem precisa ver. Querem investigar quem mandou o dinheiro, não quem possivelmente tenha desviado. E pode comparecer e ficar quieto também", completou.
Pouco depois, Bolsonaro criticou a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), por, segundo ele, gerir indevidamente recursos para o combate à pandemia. "Inclusive, o Tribunal de Contas do Estado disse que ela tirou esse dinheiro da Saúde e gastou R$ 900 milhões como folha de pagamento. É isso? Aí eu sou genocida?", comentou.
O presidente e seus aliados no Parlamento tentam ampliar o foco da CPI da Covid e incluir governadores na pauta da comissão, para tentar dividir a responsabilidade por eventuais erros de gestão da pandemia com lideranças regionais.
O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e o presidente, Omar Aziz (PSD-AM), no entanto, têm trabalhado para manter os trabalhos concentrados em medidas tomadas pelo governo federal.
Com o aval de Rosa Weber, Wilson Lima não compareceu ao depoimento que estava marcado para a manhã desta quinta-feira. A comissão anunciou que recorrerá da decisão do STF.
Também hoje, Bolsonaro respondeu ao mandatário da Argentina, Alberto Fernández, que nesta quarta-feira (9) deu uma declaração com teor xenofóbico contra brasileiros e mexicanos ao tentar reforçar laços com a Europa.
"O presidente da Argentina falou que eles [argentinos] vieram da Europa de barco e nós, da selva. Eu lembro que depois que o [Hugo] Chávez morreu e o [Nicolás] Maduro assumiu, ele [Maduro] falava com os passarinhos que, segundo ele, estavam encarnados na figura do Chávez. Eu acho que o Maduro e o Fernández para eles não têm vacina", disse Bolsonaro.
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