De janeiro a setembro deste ano, o sistema prisional mineiro viabilizou a produção de 10.486 brinquedos dentro das oficinas de marcenaria instaladas nas unidades prisionais do estado. O balanço do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen) reflete a produtividade do projeto chamado “Fábrica da Alegria”, que associa a ressocialização dos indivíduos privados de liberdade a ações positivas e de aproximação com a comunidade.
Neste 12/10, quando se comemora o Dia das Crianças, cerca de 6 mil brinquedos estão sendo doados para centenas de crianças atendidas por instituições que fazem o acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Em Salinas, no Norte de Minas, a Escola Estadual Coronel Idalino Ribeiro será atendida pelo projeto e receberá cerca de 300 brinquedos. Em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o Coletivo Amor receberá cerca de 400 unidades. Em Teófilo Otoni, uma ação integrada entre a Polícia Penal e a Polícia Militar atenderá crianças com cerca de 300 brinquedos e, no mesmo município, outras 2 mil unidades serão encaminhadas auma igreja que realiza trabalhos missionários.
Para o diretor de Trabalho e Produção da Polícia Penal, Paulo Duarte, a Fábrica da Alegria vai muito além da doação. “O projeto envolve sustentabilidade, mudança de paradigmas, consciência social e ambiental e, acima de tudo, ajuda ao próximo. É muito importante para a Polícia Penal mostrar para a criança que a partir das nossas unidades prisionais podemos também extrair boas ações. O custodiado que trabalha no projeto desenvolve os brinquedos com satisfação. Observamos mudanças de comportamento notáveis”.
Fábrica da Alegria
As oficinas de marcenaria instaladas nas unidades prisionais contam com a mão de obra de presos. Eles transformam materiais que seriam descartados no lixo em diversos tipos de brinquedos, como carrinhos, berços para bonecas, caminhões, trens e jogos para desenvolver o raciocínio e a capacidade de identificar cores e formas. Todo o material usado na produção é reciclável e doado, incluindo madeiras apreendidas, paletes quebrados, tintas, verniz e demais itens.
Participam do projeto o Complexo Penitenciário Nelson Hungria, a Penitenciária Agostinho de Oliveira Junior, a Penitenciária Francisco Floriano de Paula, o Presídio de Araguari, a Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, a Penitenciária de Três Corações, o Presídio de Coronel Fabriciano, o Presídio de Lavras e o Presídio de São Joaquim de Bicas II.
Os materiais utilizados para a confecção dos brinquedos vêm de doações de instituições parceiras e de apreensões de madeira realizadas pelo Poder Judiciário e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que foram extraídas de forma ilegal por criminosos. Além da produção dos objetos, os custodiados também são responsáveis pela pintura, acabamento e embalagem dos itens. Pelo trabalho realizado os detentos recebem remição de pena, quando a cada três dias trabalhados é reduzido um dia na sentença.
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