O protagonismo juvenil no ambiente escolar se faz necessário para que o objetivo de tornar o espaço educacional não somente de pesquisa, mas também de integração social, seja alcançado. A Escola Estadual Felipe dos Santos, em Inconfidentes, município pertencente à Superintendência Regional de Ensino de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, deu voz aos estudantes do novo ensino médio e o resultado foi transformador.
Os alunos criaram um espaço bem colorido dentro da biblioteca com referências de literatura, arte, menções a personalidades locais e conteúdos das disciplinas estudadas. Após algumas semanas de criação e execução, o local se tornou um ambiente instagramável e os estudantes passaram a frequentar mais o espaço.
O projeto de revitalização e reorganização da biblioteca foi criado nos itinerários de Patrimônio Cultural e de Tecnologia da Informação. Entre as imagens de artistas e escritores famosos está a foto de dona Vilmara Dorotéia, servidora muito querida pelos estudantes.
Segundo o diretor, Carlos Eduardo de Moraes, conhecido na comunidade escolar como “Kadu”, o projeto de revitalização da biblioteca priorizou a linguagem cultural dos alunos. “Com espaços propícios para pesquisa e leitura, a decoração foi personalizada com encartes de obras literárias, referências a artistas e frases que incentivam os alunos em seus estudos, em suas buscas pessoais e nas suas relações com os colegas. Todo o espaço escolar deve estabelecer uma relação de integração do estudante e a cultura em que está inserido, assim, trazendo a ele o sentimento de pertencimento”, ressaltou Kadu.
Aliado ao trabalho de arte desenvolvido pelos alunos, o diretor também motivou a revitalização do novo ambiente. Ele investiu cerca de R$ 75 mil na compra de novos mobiliários, prateleiras, expositores, quadro, sofá e uma televisão exclusiva para a biblioteca. “Agora, alguns alunos querem criar um clube do livro e as reuniões ocorrerão na biblioteca”, conta Kadu.
Aluno do 2° ano do ensino médio, Saulo José da Costa, de 17 anos, foi um dos que contribuíram com as ideias. “Pudemos participar do debate e levamos isso para o espaço da escola, no caso, a biblioteca. Conseguimos tornar o espaço mais aconchegante e a iniciativa nos fez sentir mais participativos. Sentimos que tivemos voz e este espaço se tornou mais nosso e nos representa”, ressaltou o estudante.
Lara Cristina dos Santos Souza, de 16 anos, também aluna do 2º ano do ensino médio, disse que o local agora está movimentado. “Quisemos unir a inovação, o moderno e a literatura. A biblioteca tem que ser um ambiente onde a gente se sinta bem e se tornou, agora, um ponto de encontro legal dentro da escola onde estamos nos sentimos representados. Unimos o útil ao agradável”, disse Lara.
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