“Empreendedorismo não têm gênero, mas devemos ter consciência de que há desigualdade”, alertou a distrital Paula Belmonte (Cidadania) na abertura do Empreendedorismo Feminino em pauta –Women Development Summit(WDS), realizado nesta quinta-feira (21) no auditório da Câmara Legislativa. A segunda edição do evento é uma iniciativa da deputada, que comanda a Frente Parlamentar do Empreendedorismo Feminino da Casa.
A programação gratuita ofereceu uma série de palestras sobre desafios de empreender e como aliar inovação e capacitação para apoiar a independência financeira e o fortalecimento dos negócios de mulheres. A atividade contou com a parceria do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (Cmec), presidido por Beatriz Guimarães, e a organização da empresária Paula Santana, da GPSIR Eventos.
Abertura
"No Brasil, existem cerca de 29,8 milhões de empreendedores. Desses, 10 milhões são mulheres. O DF tem 410 mil empreendedores, sendo 140 mil mulheres”, contextualizou a diretora técnica do Sebrae-DF, Dina Ferraz, na mesa que abriu as atividades. Ao longo da tarde, o Sebrae disponibilizou técnicos para conversar com as empreendedoras sobre demandas bancárias, como acesso a crédito.
Outro serviço foi detalhado pela diretora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Cecília Leite. Ela anunciou que a instituição trabalha no desenvolvimento de uma plataforma digital que vai reunir informações para orientar o empreendedorismo feminino. A previsão é lançar o sistema em março.
Com base em iniciativas assim, Júlia Lucy - que foi distrital de 2019 a 2022 - identificou que o poder público deve garantir suporte para que as mulheres possam iniciar seus negócios. Desse modo, para Lucy, podem escapar do dilema entre construir uma carreira ou optar pela maternidade.
Participaram do momento inicial a co-fundadora do Sabin e presidente do Grupo Mulheres do Brasil do DF, Janete Vaz; além do presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais do DF, Valdeci Machado, que também é vice-presidente das Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil. O Executivo foi representado pela secretária de Estado da Mulher do DF, Giselle Ferreira, e pela secretária de Estado de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani.
Caminhos para empreender
Na sequência, Rosilda Prates, do Grupo Mulheres do Brasil, aprofundou-se no uso de Inteligência Artificial (IA) e inovação nos negócios. Por meio de uma série de exemplos pessoais, demonstrou como a IA pode apoiar a tomada de decisão. Ainda refletiu sobre o conceito de inovar: “Não se trata de fazer algo tecnológico: é mudar e incrementar para entregar algo diferente”, sintetizou.
Por sua vez, a especialista em cultura organizacional Nilima Bhat palestrou sobre o ‘capitalismo consciente’, ideia que desenvolveu por conceitos como o da ‘a jornada do herói’, de Joseph Campbell. “O empreendedor que você é equivale à pessoa que você é. Só mudando como pessoa haverá sucesso para o líder”, argumentou. Entre os pontos que se destacaram, Bhat discursou acerca de modelos de liderança associados ao feminino.
Já Brunno Falcão abordou o ‘crescimento exponencial’, com diretrizes sobre como se sobressair no campo em que se escolheu trabalhar. “Se a gente quer mudar o mundo, a gente precisa mudar a maneira que ele funciona. Temos que sair de um plano de crescimento cartesiano e racional e quebrar esses trilhos, sair do linear”, discorreu.
Membros do Cmec ficaram à disposição, ao longo do dia, para esclarecer sobre pautas do segmento do empreendedorismo feminino no DF. Ao final, o Prêmio Mulher de Negócios do Sebrae-DF 2024 foi concedido para empreendedoras que se destacaram em suas regiões. Venceram Carol Star (categoria Microempreendedor Individual), Gabriela Franco (Pequenos Negócios) e Ana Beatriz de Souza (Ciência e Tecnologia).
Assista o evento abaixo, registrado pela TV Câmara Distrital:
Daniela Reis - Agência CLDF
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