O Dia Mundial sem Tabaco, uma campanha mundial marcada todos os anos para 31 de maio, tem o objetivo de conscientizar a população sobre os malefícios do cigarro para a saúde, alertando sobre doenças e mortes evitáveis. A campanha global da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2023 tem o seguinte tema: “Cultive alimentos, não tabaco”. No Brasil, visando ampliar o contexto e mobilizar toda a população, optou-se por “Precisamos de comida, não de tabaco”.
A importância do tema escolhido está em mobilizar governos e formuladores de políticas para apoiar os agricultores a mudarem suas plantações para culturas sustentáveis e nutritivas. “Ao diversificar as culturas na propriedade, o agricultor poderá obter ganhos econômicos relacionados à aquisição de alimentos, venda do excedente e não depender exclusivamente da renda proveniente do tabaco”, explica Adriana Elias, enfermeira da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive). “A produção e consumo de alimentos auxilia na estabilidade econômica e social das famílias expostas às oscilações acerca do cultivo do fumo”, destaca a enfermeira.
Atualmente, o tabaco é cultivado em mais de 125 países como cultura comercial, em uma área estimada de 4 milhões de hectares. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) , no Brasil, os estados da Região Sul concentram a maior parte produção de folhas de fumo, com 96,4% do total. Também há produção em alguns estados do Nordeste, como em Alagoas, Bahia e Sergipe.
Segundo informações da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), na safra de fumo 2021/2022 da região Sul foram plantados 246.590 hectares e em Santa Catarina foram 71 mil hectares.
Em Santa Catarina existem vários municípios produtores de tabaco, como: Itaiópolis, Canoinhas, Santa Teresinha, Irineópolis, Irineópolis, Bela Vista do Toldo, Mafra, Papanduva, Vidal Ramos, Ituporanga e Içara.
O cultivo e a produção de tabaco causam danos ecológicos globais, mudanças climáticas de longo prazo, além disso, milhares de hectares de madeira são destruídos a fim de criar espaço para a produção de tabaco e de produzir combustível para a cura das folhas de tabaco. Geralmente envolve o uso substancial de produtos químicos, incluindo agrotóxicos, fertilizantes e reguladores de crescimento. Estes produtos podem escoar e afetar as fontes de água potável (contaminando rios e lençóis freáticos) e o solo, além de causarem danos à saúde dos plantadores de fumo.
Um agricultor que planta, cultiva e colhe tabaco pode absorver – por dia – a quantidade de nicotina encontrada em 50 cigarros convencionais. Segundo o Inca, a doença da folha verde do tabaco é uma forma de envenenamento por nicotina que ocorre em cerca de um em cada quatro agricultores.
O tabagismo é reconhecido como uma doença causada pela dependência da nicotina presente nos produtos à base de tabaco e também aumenta o risco de desenvolver doenças não transmissíveis. O consumo de tabaco e seus derivados mata cerca de 8 milhões de indivíduos a cada ano em todo o mundo.
Quanto ao quadro epidemiológico do tabagismo no país, os resultados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel, 2021) demonstram que, no conjunto das 27 capitais pesquisadas, a frequência de adultos fumantes foi de 9,1% sendo maior no sexo masculino (11,8%) do que no feminino (6,7%). Em Florianópolis, a frequência de adultos fumantes foi de 9,0% entre os homens e 8,7% entre as mulheres.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (2019), entre os adultos, a prevalência de usuários atuais de produtos derivados de tabaco – fumado ou não fumado, de uso diário ou ocasional – foi de 12,8% (20,4 milhões de pessoas). Segundo a situação do domicílio, a parcela de usuários foi maior na área rural (14,3%) do que na urbana (12,6%). Entre as Grandes Regiões, a prevalência variou de 10,7% na Região Norte a 14,7% na Região Sul.
Tratamento no SUS
Oferecer tratamento aos que desejam parar de fumar é uma importante estratégia de controle do tabagismo. “Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, menor o risco de ficar doente. Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro”, destaca Adriana.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. Para saber quais unidades de saúde oferecem o tratamento, a população pode obter a informação nos postos de saúde ou diretamente na Secretaria de Saúde do município.
Total de tratamento dos tabagistas no Estado por quadrimestre – 2022
Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive)
Amanda Mariano / Bruna Matos / Patrícia Pozzo
divecomunicacao@saude.sc.gov.br
(48) 3664-7406 | 3664-7402
Mín. 19° Máx. 30°
Mín. 19° Máx. 32°
Chuvas esparsasMín. 18° Máx. 27°
Chuva