O Estado foi referência na campanha de vacinação, chegando a vacinar acima da média nacional. Já foram vacinados mais de 90% dos indígenas cearenses, segundo o DSEI
O Ceará sediou, nesta quinta-feira (18), o encerramento do Mês da Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI). A campanha foi promovida pelo Ministério da Saúde, do Governo Federal, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). O evento, em São Benedito, teve a presença do assessor especial de Assuntos Municipais, Artur Bruno, representando o governador Elmano de Freitas; a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a secretária dos Povos Indígenas, Juliana Alves, a Cacika Irê, e o secretário especial da Sesai, Weibe Tapeba.
A ação foi realizada na Escola Indígena Francisco Gonçalves de Sousa, na Aldeia Indígena Gameleira, do povo Tapuya-Kariri. Apesar de não poder está presente no evento, o governador Elmano de Freitas enviou uma mensagem aos povos indígenas e representantes presentes. “Aqui no Ceará somos referência na imunização dos povos indígenas e iremos intensificar essa vacinação para que o nosso povo siga sendo protegido”, afirmou o chefe do Executivo Cearense.
De acordo com dados do Distrito Sanitário Especial dos Indígenas (DSEI), em quatro meses já foram vacinados 92,6% das crianças; 92% das mulheres em idade fértil; e 86,3% dos idosos.
Representando o governador, o assessor especial Artur Bruno, ressaltou a importância desse momento histórico para o Ceará. “Estamos vivendo um momento muito importante da história do Brasil e do Ceará. Temos hoje um governo que se importa com o povo, temos um governador das lutas. A história do Brasil foi muito cruel com os povos indígenas, mas hoje, com os povos do Ceará, unidos, têm se mobilizado em busca da saúde”.
A ministra Sonia Guajajara destacou a importância da política transversal, em conjunto com outros ministérios, estados e municípios. “O ano de 2023 é um marco na história dos povos indígenas. Conquistamos um ministério, pela primeira vez que temos a Funai presidida por uma mulher indígena e agora temos a Sesai também comandada por um indígena”, disse a ministra. “Por muito tempo nos olharam como problema. Então, agora iremos construir juntos. Articularemos ações junto aos estados e municípios, porque é na ponta que acontece a política pública”, completou.
A secretária dos Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves, falou sobre a simbolismo da ação. “Antes de sermos indígenas, somos seres humanos. Estamos vivendo um novo cenário, estamos tendo uma reconstrução política brasileira. Nós, como Estado, temos a delegação de fazer com que nossos povos possam ser atendidos. Poder trazer autoridades das esferas municipais, estaduais e federais para dentro de um território indígena é muito importante”.
A campanha de vacinação aconteceu em todo o território brasileiro dentro do calendário de 2023 do Plano Nacional de Imunizações (PNI). Com seus números positivos, o Ceará foi considerado referência na campanha, como pontuou o secretário especial da Sesai, Weibe Tapeba.
“Nós levaremos a saúde indígena aonde as comunidades indígenas estão. Essa é a nossa missão. Hoje gostaria de agradecer, principalmente, aos profissionais de saude que cruzam essas terras para levar imunização a cada um desses povos. Aqui no Ceará o resultado foi muito positivo, a intensificação da imunização levou a cobertura vacinal cearense acima da média da população brasileira”, pontuou o secretário nacional Weibe Tapeba.
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), juntamente com o Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará e secretarias municipais, deu apoio à iniciativa. O Ceará tem atualmente 15 povos (etnias) e 22 terras indígenas, situadas em 19 municípios. São cerca de 36 mil indígenas em todo o estado, conforme a Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará (Fepoince).
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