Olá Loufashion, mais um artigo quizenal interessante que trago para você, meu querido leitor fiel. Nesta oportunidade faço um levantamento sobre Sustentabilidade no mercado da Moda nos últimos anos.
Trabalhando há três anos no mercado Slow Fashion (Moda lenta) mergulhei fundo nas pesquisas de sobre a engrenagem do setor e sempre me surpreendo com o inesperado.
Recentemente descobri a notícia de que a marca Burberry havia queimado US$ 37 milhões em produtos (Em 2018) não vendidos chocou as pessoas, dentro e fora da moda.
A marca incinerou roupas, acessórios e perfumes que estavam fora de coleção ou com validade vendida (no caso dos cosméticos). A informação, que está no relatório anual de 200 páginas que a Burberry apresenta aos seus investidores, iniciou uma caça às bruxas, resultando em uma avalanche imediata de comentários nas redes sociais da marca.
Só que mais chocante do que a Burberry ter feito isso, em plena era da sustentabilidade, é o fato de que essa é uma prática comum na indústria do luxo, mesmo que em muitos casos, ela seja o último recurso.
A ação não condiz com os esforços que essas empresas têm feito para tornar seus processos cada vez mais sustentáveis.
O grupo Richemont, dono de marcas como Cartier e Montblanc, também rendeu manchetes por ter queimado US$ 572 milhões em relógios nos últimos dois anos.
Queimar estoque morto é uma questão muito séria, não apenas ambiental, mas também social, uma vez que o mundo AINDA não consegue dar conta de combater a pobreza extrema.
O pensamento que fica, ao menos na cabeça daqueles que se preocupam, é: como podem queimar 100 milhões em roupas sendo que há milhões de pessoas no mundo sem ter o que vestir?
Por que as marcas de luxo queimam seus produtos não vendidos? Basicamente para proteger sua propriedade intelectual, manter a exclusividade e evitar a falsificação.
A maior parte das grifes de luxo não faz liquidação ou bazares para evitar que suas peças cheguem por um preço barato em lojas de desconto, sites de revenda ou acabem revendidas no mercado negro. Muitas fazem vendas especiais para funcionários e imprensa e o que sobrar, acaba na fogueira.
Há maneiras de reverter essa situação, começando pelo planejamento de quantidade – claramente as marcas estão produzindo muito além do que é consumido. Esses números precisam ser revistos.
As práticas acima são outros exemplos. O fato é que a questão de exclusividade das marcas de luxo está sendo desafiada, o mercado de luxo vem sendo desafiado há algum tempo.
Hoje a palavra luxo soa cansada e antiga e está sendo usada para representar outros valores como liberdade, responsabilidade social e ambiental. Esse é o grande desafio das marcas e uma das grandes questões da moda atualmente.
O que as marcas podem fazer em vez de queimar seus produtos:
– Vender para brechós ou lojas de desconto, físicas e online
– Doar para jovens designers e faculdades de moda
– Fazer liquidações periódicas online
– Ter sua própria operação de outlet vendendo coleções passadas por preços mais baixos
– Doar para fundações e instituições de caridade ao redor do mundo
– Iniciar uma ação de reciclagem dentro da própria loja, como já fazem marcas como Levi’s e Adidas
– Trabalhar com upcycling, construindo uma peça nova a partir da antiga.
Tudo isso terá um impacto mais sustentável e responsável dessas marcas, a moda pede isso com urgência.
Qual sua opinião? Deixe seu comentário aqui.
Abraço do Lou.
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