O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e o Banco Europeu de Investimento (BEI) anunciaram nesta segunda-feira (22) a disponibilização de financiamento dirigido especificamente a pequenas e médias empresas (PMEs) nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul afetadas pela pandemia da Covid-19.
O novo acordo vem alterar um contrato assinado em 2018, no sentido de permitir maior flexibilidade às duas instituições e de ampliar os critérios de elegibilidade do atual empréstimo-quadro BRDE Climate Action FL, no montante de 80 milhões de euros, com o objetivo de apoiar e acelerar a concessão de empréstimos a empresas do setor privado, confrontadas com a crise da Covid-19 na América Latina, especialmente no Brasil.
Esta flexibilidade permitirá acelerar o acesso das PMEs e, em particular, das microempresas nos estados do Sul, a financiamento no montante de 15 milhões de euros – próximo de R$ 100 milhões pela cotação do dia. Essa liberação inicial será destinada para capital de giro, além da possibilidade de crédito para investimento. Trata-se da primeira ação do BEI no Brasil desde o início de 2021.
O BRDE e o BEI estabeleceram uma parceria para apoiar diversos projetos de ação climática no Brasil, incluindo energia solar fotovoltaica, das pequenas centrais hidroelétricas e de outras fontes de energia renováveis. No contexto da Covid-19, a parceria foi adaptada para ajudar a dar resposta às necessidades específicas das PME nesta nova situação, ao permitir maior rapidez no desembolso dos empréstimos às empresas.
No âmbito do empréstimo-quadro BRDE Climate Action FL, até 30 milhões de euros serão destinados ao financiamento de projetos urbanos, apoiados pelo Felicity, que é um mecanismo de preparação de projetos financiado pela Iniciativa Internacional de Proteção do Clima (IKI), promovida pela Alemanha e implementado em cooperação com a GIZ. O Felicity presta assistência aos promotores de projetos em áreas urbanas na elaboração de estudos de viabilidade e outras medidas de preparação e capacitação para apresentar ao BRDE.
“Promover o empreendedorism é fundamental para o crescimento sustentável, especialmente nestes tempos difíceis”, disse Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI, respoonsável pela América Latina. "Esse acordo de alteração celebrado com o BRDE vai disponibilizar apoio financeiro adicional às pequenas empresas afetadas pela pandemia no Brasil. Em colaboração com a Equipe Europa, o acordo realça as nossas prioridades na América Latina, ajudando a promover o desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo, ao fomentar o investimento produtivo”.
O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez Rubio, salientou a importância em apoiar as empresas do setor privado, especialmente as PMEs, como principais motores da criação de empregos. “Trata-se de um dos principais objetivos da UE e dos seus Estados-Membros. É também uma parte importante da sua agenda de cooperação com os países parceiros”, disse Rubio. “No atual contexto pandêmico, é ainda mais importante alinhar esforços para garantir uma recuperação sustentável dos negócios e reduzir ao máximo as consequências socioeconômicas negativas implícitas derivadas de uma desaceleração da atividade econômica. Temos o orgulho de confirmar que apoiamos a criação deste mecanismo desde o início, uma vez que esta ação faz parte do mandato de empréstimo externo do BEI, que inclui uma garantia da EU”.
Para o vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, Wilson Bley, essa parceria com o BEI chega num momento importante para as micro e pequenas empresas. “A pandemia acabou acentuando todas as dificuldades que essas empresas já vêm enfrentando há um ano. Por isso, entrar com esse auxílio é de extrema importância, já que isso também representa a manutenção de empregos e renda”, salientou.
O diretor de Planejamento do BRDE, Luiz Corrêa Noronha, conduziu o encontro online e fez um breve histórico das tratativas que levaram à parceria com o BEI. Representante da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), agência alemã de cooperação internacional, Johannes Kissel, também se pronunciou, como responsável pelos programas de energias renováveis e eficiência energética apoiados no Brasil.
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