Em função de questões meteorológicas e outros fatores externos que prejudicaram a empresa responsável pela construção da nova ponte da ERS-130, entre Lajeado e Arroio do Meio, a obra sofrerá um atraso. O novo prazo para o término da ponte, previsto para 29 de março, foi confirmado pela empresa Engedal à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), após avaliação do cronograma apresentado.
As informações foram detalhadas na tarde desta quinta-feira (28/11) pelo secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, pelo diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacôr, e por representantes da Engedal.
Inicialmente, a previsão era de que a obra seria concluída até o final deste ano. Porém, várias questões afetaram o cronograma. Entre elas, os períodos de chuvas que assolaram a região, especialmente entre 16 de junho e 7 de julho, o que impossibilitou a continuidade das sondagens na época. Essas chuvas provocaram alterações no nível do rio, o que prejudicou o início dos serviços de sondagens do perfil de solo. Com isso, o cronograma de elaboração do projeto executivo da obra teve que ser reajustado.
Além disso, houve necessidade de uma readequação do projeto executivo inicial. Os 150 metros de extensão da infraestrutura foram ampliados para 172 metros, gerando um aumento de 22 metros e um prazo maior para execução. Com as informações obtidas nas sondagens, optou-se por reduzir a quantidade de pilares e vigas, passando de oito para sete, e diversificando os tipos de fundações para dar mais velocidade à construção.
“Sabemos da importância da obra para a região, tanto para a logística quanto para o dia a dia das pessoas. Estamos trabalhando arduamente para que essa ponte seja concluída. Mas é importante lembrar que enfrentamos neste ano uma tragédia nunca antes vista em nossa história. Mesmo assim, seguimos enfrentando os desafios e atuando intensamente em busca dos resultados que a sociedade espera”, afirmou Costella.
“Infelizmente, o andamento da obra foi prejudicado por diversos fatores. A empresa contratada, juntamente com a EGR, buscou alternativas para minimizar o impacto destes fatores na obra, não obtendo êxito suficiente. Para a garantia de uma obra de qualidade, alguns prazos tiveram que ser ajustados. Mas, certamente, estaremos entregando uma estrutura robustecida que vai atender de forma mais eficiente a demanda do Vale do Taquari”, destacou o diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacôr.
Contratação emergencial (2/5 a 5/6/2024)
A construção da nova ponte da ERS-130 busca minimizar os impactos causados pela destruição, ocorrida na enchente de 2 de maio. Considerando a urgência da situação, a EGR contratou a obra de modo emergencial, com o objetivo de garantir a celeridade necessária para a licitação e consequente reconstrução.
A contratação emergencial possibilita mais agilidade e rapidez no processo. A contratação normal implicaria um processo licitatório de aproximadamente 55 dias úteis. Nesse caso, a homologação seria realizada em 6 de agosto, gerando um período longo sem o início da obra. Dessa forma, a estatal mobilizou o corpo técnico para começar o processo de contratação de forma emergencial.
Em 20 de maio, foi lançado o edital no Diário Oficial do Estado (DOE) e, em 31 de maio, a EGR homologou a empresa vencedora. No dia 3 de junho, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Logística e Transportes (Selt) e da EGR, assinou o contrato com a empresa Engedal Construtora Ltda e, em 5 de junho, foi assinada a ordem de início.
Início dos levantamentos topográficos e hidrológicos (5/6/2024)
Tão logo assinada a ordem de início, foram iniciados os levantamentos topográficos e os estudos hidrológicos para a definição das características da nova ponte sobre o Rio Forqueta, atendendo às condições de resiliência climática.
Início das sondagens (21/6/2024)
Em 21 de junho, após a conclusão dos levantamentos, as equipes iniciaram as sondagens do perfil de solo no leito da rodovia, tanto da borda das margens quanto do leito do rio. Essa etapa, fundamental para a definição da estrutura da ponte, permitiu a coleta de amostras de solo e perfil geológico, definindo o tipo de fundação e seu dimensionamento. Devido às variações no nível do rio, esse trabalho teve o seu andamento prejudicado. As informações dessa etapa são fundamentais para elaboração do projeto executivo.
Influência climática
Entre 16 de junho e 7 de julho, a região foi atingida por chuvas, o que impossibilitou a continuidade das sondagens e interrompeu as atividades. Em virtude disso, foi necessário reavaliar o cronograma de obras e realizar ajustes nos prazos para garantir que os trabalhos sejam realizados com segurança e qualidade. Somente em 14 de agosto foi possível concluir essa etapa da obra.
Readequação do projeto executivo
Com base nas informações das sondagens e dos levantamentos topográficos e hidrológicos, o projeto inicial foi readequado, originando uma nova estrutura com 172 metros de extensão – 22 metros maior que a antiga. Com as informações obtidas nas sondagens, optou-se por reduzir a quantidade de pilares e vigas, passando de oito para sete, e diversificando os tipos de fundações para dar mais velocidade no processo construtivo. Foi por meio desses estudos que a Engedal projetou dois tipos de estaqueamentos. Para a construção das estruturas localizadas fora do fluxo do rio, serão implantadas estacas do tipo cravadas. Já nas fundações situadas dentro da água, estacas do tipo raiz.
Parque fabril (6/6/2024)
Com a definição do projeto, em 6 de junho começou a fabricação das vigas pré-moldadas no parque fabril – área de 500 metros construída rente à cabeceira sul da ERS-130. Os trabalhadores avançam na produção das vigas e das lajes que serão utilizadas na construção da ponte: 24 estruturas de 28 metros estão prontas e as lajes estão sendo preparadas pelos funcionários.
Produção das vigas e pré-moldados (6/9/2024)
A obra ganhou um novo impulso a partir do início da fabricação das 24 vigas (cada uma compostas por 2,3 toneladas de aço). Ao todo, 26 toneladas compõem as peças pré-moldadas que serão utilizadas no processo construtivo.
Início das fundações (24/9/2024)
Em 24 de setembro, foram iniciadas as fundações com a colocação das estacas cravadas. Ao todo, foram colocadas 60 estacas do tipo cravadas para dar sustentação aos pilares de construção. As estacas foram instaladas em quatro locais situados fora do eixo do rio para formar os blocos da fundação.
As equipes também realizam perfurações para a colocação das estruturas que serão compostas dentro do fluxo do rio. Serão colocadas 48 estacas do tipo raiz em três pontos distintos.
Tão logo as fundações sejam concluídas, inicia-se a colocação dos blocos de fundação. Eles serão construídos por meio de blocos de concreto armado para servirem de base para os pilares sobre os quais a estrutura da ponte é apoiada.
Início da concretagem das vigas (14/11/2024)
Os trabalhos começam a ser executados após a conclusão da produção das vigas e peças pré-moldadas e dos estaqueamentos realizados fora do leito do Rio Forqueta.
Concretagem dos blocos de fundação (25/11/2024)
Uma nova fase da obra de construção é a colocação dos blocos de fundação. Os materiais serão construídos por meio de concreto armado e servirão de base sobre a qual a estrutura da ponte será apoiada.
Aterro dos acessos (27/11/2024)
As obras para a construção do aterro de nivelamento da ERS-130 com a nova ponte começaram na quarta-feira (27/11). A licitação ocorreu em 21 de novembro e a assinatura do contrato em 26 de novembro. O projeto prevê a construção de aterro para criar a rampa de 170 metros de pista de rolamento até a altura da nova estrutura da ponte em ambos os lados – Lajeado e Arroio do Meio. O custo dos trabalhos será de R$ 8,3 milhões.
Etapas executadas
A queda da ponte aconteceu no dia 2 de maio de 2024. Veja as etapas executadas desde então:
Texto: Ascom Selt
Edição: Secom
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