O senador Plínio Valério (PSDB-AM), em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (30), afirmou que o Amazonas não tem recebido atenção suficiente do governo federal para enfrentar crises climáticas. Ele ressaltou que o Rio Grande do Sul, em função das enchentes que atingiram o estado, receberá R$ 98,7 bilhões, enquanto a região Norte, atingida por uma seca severa, terá acesso a R$ 514 milhões.
Ele destacou que a diferença de recursos é significativa, apesar de ambas as regiões enfrentarem graves problemas climáticos. Plínio cobrou um tratamento mais equilibrado por parte do governo federal.
— Essa diferença entre essas duas regiões, que sofrem terríveis problemas climáticos, deixa a nu e cru como se dá o tratamento a uma região e à outra. E há uma pergunta embutida nesse processo: o que falta para o Amazonas receber uma ação desse tipo? Aqui não se trata de um senador amazonense questionando o Sul, um embate, não é nada disso. Nossos irmãos merecem até muito mais no Sul, mas nós também merecemos atenção, e o que a gente quer é tratamento igualitário — disse.
O parlamentar questionou também por que o Amazonas foi excluído da doação de sementes de arroz, anunciada para o Sul. Ele argumentou que, embora reconheça a necessidade de apoiar outras regiões, o Amazonas também deveria ser incluído nas políticas de fomento agrícola, dada a situação de isolamento e pobreza enfrentada pela população local.
O senador mencionou que a Embrapa já desenvolveu tecnologia para a produção de alimentos básicos, como arroz, feijão e milho em diversas regiões do Amazonas, em harmonia com as exigências ambientais. Ele criticou a falta de iniciativa do Ministério da Agricultura e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em implementar essas soluções.
— Quais os motivos pelos quais o Amazonas ficou de fora dessas doações, principalmente de semente de arroz, que agora o governo anuncia que o Ministério da Agricultura vai distribuir no Sul? Nosso estado é isolado, vivendo todo o drama do isolamento e, ainda por cima, temos que enfrentar os ambientalistas que travam o cultivo e impõem as zonas econômicas exclusivas, ou seja, não se pode plantar. Crueldade com o nosso Amazonas — lamentou.
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