O Centro de Referência ao Atendimento Infantojuvenil (Crai) de Santa Maria, que funcionará no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), foi inaugurado nesta segunda-feira (23/9). Sua implementação é uma iniciativa conjunta entre a Secretaria da Saúde (SES), a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o Ministério Público Estadual, a Secretaria de Saúde de Santa Maria e o Husm/Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), hospital vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
O Crai compõe o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente. O espaço atende a crianças e adolescentes com até 18 anos de idade vítimas ou testemunhas de violência. “O Estado do Rio Grande do Sul, desde 2019, colocou na agenda das políticas públicas esse cuidado qualificado com as crianças e adolescentes vítimas de violência, evitando que elas fiquem peregrinando entre os serviços”, explicou a secretária-adjunta da SES, Ana Costa. O objetivo é fornecer, dentro da mesma estrutura, atendimento médico, psicossocial, policial e pericial. Com isso, busca-se evitar a revitimização, a exposição, o desgaste físico e emocional gerados pela circulação das vítimas pelos diferentes órgãos de atendimento.
O serviço é formado por uma equipe multidisciplinar e reúne ações da saúde e da segurança pública, fornecendo acompanhamento integral. Isso inclui acolhimento da vítima, avaliação clínica, registro da ocorrência policial, preparação para perícia médica, notificação ao conselho tutelar e encaminhamento da criança ou do adolescente para acompanhamento na rede de proteção do seu município de origem.
“Nós precisamos dessa integração que estamos fazendo aqui em Santa Maria, unindo o governo federal, o Estado e a prefeitura”, ressaltou o diretor-geral-adjunto do Instituto Geral de Perícias (IGP), Maiquel Luís Santos. Servidores do IGP e da Polícia Civil irão atuar no Crai de Santa Maria. Essa união de esforços também foi ressaltada pelo reitor da UFSM, Luciano Schuch. “É um momento simbólico, um momento de comemorarmos, porque não foi uma luta simples chegar a esse dia.”
“A proposta do Crai é promover um ambiente protegido para as crianças, mais qualificado e mais humanizado. O Husm é referência desde 2016 para o atendimento de casos agudos (de emergência) de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, mas agora também iremos receber casos crônicos, que entendemos que têm uma maior demanda”, explicou a coordenadora do Crai Santa Maria, Daniele Baratto.
Portas de entrada
São portas de entrada para o Crai todos os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente: Sistema de Saúde (Atenção Primária/ESF, Hospitais, Unidades de Urgência, Caps e CAPSi), Assistência Social (Cras, Creas, Unidades de Acolhimento, entre outros), Educacional (escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio), Justiça e Segurança Pública (Ministério Público, Juizados, Defensorias Públicas, Delegacias), Conselho Tutelar, Conselhos de Direitos, Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e sociedade civil. Em caso de violência aguda (urgência), a vítima pode ser encaminhada diretamente para o Crai de referência.
Crais no Rio Grande do Sul
Texto: José Luís Zasso/Ascom SES
Edição: Secom
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