O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), em pronunciamento na terça-feira (10), destacou a necessidade de investimentos e melhorias na infraestrutura hidroviária do estado do Pará. O parlamentar lamentou a falta de avanços na hidrovia Araguaia-Tocantins, principalmente no trecho entre Marabá e a Hidrelétrica de Tucuruí, uma obra que, na sua opinião, enfrenta obstáculos políticos e burocráticos há décadas.
Zequinha criticou o pedido recente do Ministério Público Federal para cancelar a licença ambiental concedida pelo Ibama para a derrocagem do Pedral do Lourenço. Segundo o parlamentar, essa obra é essencial para garantir a navegabilidade ao longo de toda a hidrovia. O projeto visa remover as pedras que atualmente impedem a navegação no rio Tocantins durante o ano todo. O senador expressou preocupação com o pedido do Ministério Público e questionou a postura do órgão diante do desenvolvimento do país.
— A licença do Ibama para o derrocamento do Pedral do Lourenço foi concedida em 2022, após um longo período para superarem os entraves, sobretudo, os ambientais. Para se ter uma ideia da magnitude e da importância dessa obra na vida dos brasileiros, gostaria de lembrar aqui que a hidrovia é composta por quatro bacias hidrográficas: Araguaia, Marajó, Pará e Tocantins. No entanto, apenas quatro trechos da hidrovia são usados para a navegação, o que representa 1.500 km navegáveis. Com o derrocamento do Pedral do Lourenço, esse trecho poderia praticamente dobrar e integrar essa hidrovia à do rio Amazonas — observou.
Zequinha também mencionou dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que indicam que o Brasil possui aproximadamente 63.000 km de rios com potencial de navegação, mas apenas 30% deles é utilizado para o transporte de cargas e de passageiros.
Além disso, o senador mencionou problemas relacionados ao saneamento básico no Pará, incluindo altos custos de energia elétrica e combustíveis, problemas com a qualidade das rodovias e a falta de saneamento básico. Ele mencionou um relatório publicado pela Folha de S.Paulo, que registra que apenas 2,38% da população em Belém tem acesso ao tratamento de esgoto o que, segundo ele, contribui para a disseminação de doenças e a crise de lixo nos oceanos.
— País nenhum se desenvolve, país nenhum muda a condição de vida do seu povo sem investimento em infraestrutura. Isso é fundamental. E se enxerga a Amazônia para tudo, para reclamar de tudo, para criminalizar tudo, para se fazer tudo de negativo. Mas não se enxerga a Amazônia para fazer os investimentos que se precisam, fazer para se corrigir tudo isso aqui e dar um mínimo de condição de competitividade, em relação aos outros estados, para os estados que ali estão.
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