O que para muitos é impressão, na verdade é um fato: existem mais mulheres do que homens no Brasil. Segundo os dados do último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), elas representam mais da metade da população brasileira.
E, pouco a pouco, as mulheres vêm conquistando seu lugar de direito no mercado de trabalho, e também ganhando um pouco mais de espaço em altos cargos em grandes empresas.
Mais do que uma questão de equidade de gênero, está provado que a diversidade em posições de liderança conduz as empresas a melhores resultados – inclusive financeiros. Isso é o que mostra um relatório da McKinsey & Company intitulado Delivering Through Diversity.
De acordo com o estudo, a diversidade de gênero se relaciona tanto com a rentabilidade quanto com a criação de valor de uma empresa. Segundo ele, 21% das companhias que investem em diversidade nas lideranças são mais propensas a superar os concorrentes em termos financeiros.
Para a empresária e profissional da área de tecnologia Cristina Boner, essa pesquisa destaca uma realidade importante e um potencial ainda não totalmente explorado em muitas empresas e setores. “A presença de mulheres em posições de liderança traz uma diversidade de perspectivas que é crucial para o sucesso e a inovação nos negócios”, destaca.
Diversidade de gênero é questão de inteligência empresarial
Boner defende que “a diversidade no pensamento e na experiência contribui para uma maior criatividade, tomada de decisão mais eficaz e uma melhor compreensão do mercado e dos consumidores. Isso se reflete diretamente no desempenho acima da média que a pesquisa menciona”.
O relatório da McKinsey & Company vai ao encontro do Panorama Mulheres 2023, pesquisa realizada pelo Insper em parceria com a Talenses Group e recentemente divulgada. Segundo o estudo, 17% dos cargos de presidência no Brasil são ocupados por mulheres.
O valor ainda é baixo, mas representa um aumento positivo se comparado a 2019, quando apenas 13% das posições eram ocupadas por mulheres. Em 2017, primeiro ano da série histórica, esse valor era de 8%. Ou seja, ainda há um longo caminho a percorrer.
Cristina Boner vê nisso não apenas uma oportunidade de promover a justiça social, mas também de inteligência empresarial. Para ela, companhias que promovem a diversidade de gênero em altos cargos tendem a ter maior adaptabilidade e enfrentam melhor desafios e panoramas complexos. “Isso porque equipes diversificadas são mais propensas a questionar suposições, considerar uma gama mais ampla de opções e abordar problemas de maneiras inovadoras”.
A empresária também enfatiza que o aumento da representatividade feminina pode ser um catalisador de mudanças culturais dentro de uma organização, “promovendo um ambiente de trabalho mais inclusivo e equitativo para todos”. E um bom ambiente organizacional é um chamariz para a atração e retenção de talentos, além de aumentar a satisfação e o engajamento no trabalho.
O caminho para a ascensão feminina
O Panorama Mulheres 2023 destaca que a presença feminina também cresceu em outros cargos de liderança além da presidência. A participação de mulheres nos conselhos administrativos foi de 10% em 2017 para 21% em 2023, enquanto nas vice-presidências o salto foi de 18% para 34% no mesmo intervalo de tempo.
O cenário é promissor. Contudo, Cristina chama atenção para o fato de que investir em diversidade não se resume somente a promover as mulheres. Para ela, tão importante quanto isso é as companhias criarem condições para que elas possam prosperar e ascender. “Isso inclui políticas de trabalho flexíveis, oportunidades de desenvolvimento profissional e uma cultura corporativa que valoriza e celebra a diversidade”, pontua.
“Ao fazer isso, as empresas não estarão apenas melhorando seu desempenho, mas também contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária”, explica a profissional.
Para mais informações, basta acessar: Cristina Boner | LinkedIn
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