AComissão Mista de Orçamento (CMO)aprovou nesta terça-feira (7) o relatório preliminar do projeto daLei de Diretrizes Orçamentárias(LDO) para o Orçamento federal de 2024 ( PLN 4/23 ). O relator, deputado Danilo Forte (União-CE), defendeu a criação deemendasde bancada partidária ao Orçamento anual para substituir as antigas emendas de relator.
A LDO oferece as diretrizes para a elaboração do Orçamento anual. O relatório preliminar votado agora apenas especifica as regras para a apresentação de emendas ao projeto. A criação das emendas de bancada partidária, que o deputado chamou de RP-5, poderia vir no relatório final da LDO.
—Nós não estamos criando novas RP-9 [referiu-se às emendas classificadas pela imprensa como orçamento secreto]. Essas emendas partidárias de bancada vão ter origem, destino e acompanhamento. Então, não vai ser nada camuflado do ponto de vista dos seus encaminhamentos. A RP-5 é uma rubrica clara com relação a essa questão e vai ter toda a tramitação com os parâmetros que um orçamento público exige—,garantiu Forte.
O deputado disse que os recursos para essas emendas deverão ser proporcionais ao tamanho das bancadas no Senado e na Câmara.
Em 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucionais as emendas de relator negociadas com as bancadas partidárias e a solução foi remanejar os recursos já aprovados entre as demais emendas: as individuais, as de bancadas estaduais e as de comissões.
Danilo Forte voltou a defender também que sejam estabelecidos prazos para a liberação de emendas parlamentares durante a execução do Orçamento de 2024. Ele disse que a liberação atrasou muito este ano, prejudicando as prefeituras.
Sobre a mudança da meta fiscal de déficit zero para 2024 em discussão no governo, Danilo Forte afirmou que desde abril tem alertado que seria difícil alcançar essa meta, dada a queda na arrecadação. A meta deverá ser discutida pelos parlamentares após a aprovação do relatório preliminar. O deputado disse que pediu ao governo que apresente uma nova meta por meio de emenda de algum parlamentar.
O deputado Mauro Benevides (PDT-CE) lembrou, porém, que a meta atual tem uma banda de flutuação de 0,25%. Ou seja, será cumprida se houver superávit ou déficit neste montante.
O relatório aprovado definiu critérios para emendas ao Anexo de Metas e Prioridades da LDO de 2024. Essas emendas serão destinadas a ações prioritárias do Orçamento do ano que vem. As ações já destacadas como prioritárias pelo relator são os projetos em andamento e aquelas relacionadas à promoção da educação básica de qualidade, ao empreendedorismo feminino, à inovação tecnológica, ao uso de energias renováveis e ao atendimento integral das crianças com deficiência.
Danilo Forte definiu que cada bancada estadual, cada comissão permanente e cada parlamentar poderá apresentar até três emendas. Serão acolhidas até 15 emendas individuais de parlamentares.
Essas emendas incluem ações no projeto do Orçamento com metas de execução. Por exemplo: a LDO de 2023 saiu do Congresso com uma ação de apoio à execução de projetos e obras de contenção de encostas em áreas urbanas com meta de atingir 92.291 pessoas.
Na mensagem que enviou junto com o projeto da LDO para o Congresso, o governo sugeriu que as metas e as prioridades para 2024 sejam as mesmas que forem aprovadas pelo novo Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 ( PLN 28/2023 ), ainda em análise na CMO. Nos últimos anos, o anexo de prioridades elaborado pelo Congresso tem sido vetado pelo Executivo sob a alegação de falta de espaço fiscal.
Com a votação do relatório preliminar da LDO 2024, foi aberto o prazo para que os parlamentares apresentem emendas ao projeto até o dia 16 de novembro. A entrega do relatório final está marcada para o dia 20 e a sua votação deve ser feita até o dia 24 deste mês.
No caso do projeto da Lei Orçamentária ( PLN 29/23 ), a ideia é ter o relatório final entre os dias 13 e 17 de dezembro para votação na comissão até o dia 20. Após ser analisado pela CMO, o projeto será votado no Plenário do Congresso Nacional.
Cronograma de votação do Orçamento de 2024 | |
Realização de audiências públicas | 7/11 a 17/11 |
Apresentação de emendas à despesa e à receita | 7/11 a 23/11 |
Publicação das emendas | 24/11 |
Publicação do relatório da receita | 24/11 |
Votação do relatório da receita e emendas | 25/11 a 28/11 |
Publicação do relatório preliminar | 28/11 |
Apresentação de emendas ao relatório preliminar | 29/11 |
Votação do relatório preliminar e emendas | 30/11 |
Publicação dos relatórios setoriais | 1/12 a 7/12 |
Votação dos relatórios setoriais | 6/12 a 12/12 |
Publicação do relatório geral | 13/12 a 17/12 |
Votação do relatório geral | 18/12 a 20/12 |
Votação no Congresso Nacional | 21/12 |
Da Agência Câmara de Notícias
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