Em junho, o HSJ recebeu representantes do Ministério da Saúde para avaliar as necessidades do hospital em relação ao projeto
O Hospital São José (HSJ), da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), é uma das 10 unidades do Ceará que integram o Circuito Rápido da Aids Avançada. Promovida pelo Ministério da Saúde (MS), a iniciativa visa capacitar profissionais para o diagnóstico precoce de infecções oportunistas em pessoas que vivem com HIV/aids. Outros quatro estados brasileiros também participam do projeto: Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Segundo o infectologista e líder do projeto no HSJ, Luan Victor Almeida Lima, os Serviços de Atenção em Saúde (SAEs) participantes recebem insumos para o diagnóstico de três infecções oportunistas que apresentam maior incidência em casos de doença avançada: tuberculose, criptococose e histoplasmose.
“Todo paciente que é diagnosticado com HIV/aids ou está em abandono de tratamento corre o risco de desenvolver alguma infecção oportunista e acabar tendo complicações ou até mesmo evoluindo para óbito”, alerta o médico.
Os testes que diagnosticam as três infecções (tuberculose, criptococose e histoplasmose) não dependem de estrutura laboratorial e têm tempo médio de resultados de 20-30 minutos
A tuberculose é causada por um bactéria [Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch] e sua transmissão ocorre pela inalação de aerossóis produzidos pela fala, espirro ou tosse da pessoa infectada. A doença atinge prioritariamente os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos.
Já a criptococose e a histoplasmose são infecções fúngicas cujo contágio acontece pela inalação de fungos presentes no solo, nas árvores, em frutas secas e cereais, assim como em fezes de aves. Ambas são doenças sistêmicas, ou seja, afetam o corpo humano como um todo.
O principal objetivo da inciativa é reduzir a mortalidade de pessoas que vivem com HIV/aids. Para isso, o projeto busca acelerar a conduta clínica a partir da disponibilização de LF-LAM (teste diagnóstico de tuberculose), LF-CrAg (teste diagnóstico de criptococose), AU-histoplasmose (teste diagnóstico de histoplasmose) e CD4 rápido. Tais insumos não dependem de estrutura laboratorial e têm tempo médio de resultados de 20-30 minutos. Em pouco mais de dois meses de atividades do projeto, o HSJ realizou mais de 120 testes diagnósticos.
O equipamento Pima CD4 realiza a contagem absoluta de células CD4 com base na marcação por fluorescência em amostra de sangue; o resultado sai em torno de 20 minutos
O público-alvo inclui pacientes com diagnóstico recente de HIV/aids ou em perda do seguimento clínico. Esses pacientes, conforme Luan Victor Almeida Lima, são encaminhados para o teste CD4 rápido, para que seja verificada a contagem de linfócitos T CD4, que pertencem ao sistema imune e são o principal alvo do vírus HIV.
“Se o CD4 for menor do que 200 células/mm3 ou preencher os estágios clínicos 3 ou 4 da Organização Mundial de Saúde (OMS), ele é encaminhado para fazer os outros três testes. Caso os resultados para as três infecções dê negativo, o paciente inicia a terapia antirretroviral (TARV); dando positivo, seja qual for a doença, ele vai ser avaliado por um médico que indicará um tratamento para a doença ou alguma profilaxia”, explica.
Também participam do projeto o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), o Centro de Saúde Carlos Ribeiro – CTA Emanuel Gomes Pinto e quatro policlínicas de Fortaleza, além do Hospital Municipal Dr. João Elísio Holanda, em Maracanaú, e do Centro de Referência de Infectologia de Sobral (Cris). Iniciada no primeiro semestre de 2022, a iniciativa já promoveu três treinamentos presenciais em Brasília, São Paulo e Fortaleza, bem como diversos encontros virtuais.
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