O Cerest Ceará já atende com as orientações do documento “Linha de Cuidado para a Atenção Integral ao Trabalhador com Transtorno Mental Relacionado ao Trabalho”
Com o objetivo de fortalecer o cuidado ao paciente com sofrimento psíquico relacionado ao ofício que desempenha profissionalmente, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) elaborou uma série de orientações para profissionais de saúde que atendem esse público.
O documento“Linha de Cuidado para a Atenção Integral ao Trabalhador com Transtorno Mental Relacionado ao Trabalho”foi feito por meio de uma parceria da Coordenadoria de Políticas de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Copom), do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da UFC, do Grupo de Pesquisa Vida e Trabalho da Uece e do Ambulatório de Psiquiatria do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC).
Segundo o documento, hoje, qualquer trabalhador que suspeite ter adquirido sofrimento mental em decorrência do trabalho pode buscar acolhimento na atenção primária – nas Unidades Básicas de Saúde -, na secundária – no caso dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e do de Centro Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) – ou ainda no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) ou Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), em caso de risco de suicídio.
A partir desse primeiro atendimento, o paciente é encaminhado a uma equipe multiprofissional composta por psicólogo, assistente social e médico, que irá investigar se o sofrimento se relaciona com o trabalho. A análise acontece nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) dos municípios ou no Cerest. Em seguida, os responsáveis fazem a notificação no Sistema de Informação dos Agravos de Notificação (Sinan). No Cerest, também é feito o encaminhamento para o INSS, caso o trabalhador seja regido pelo regime CLT e precise de uma licença médica remunerada.
Para estabelecer o fluxo de atendimento em todo o Estado e aprimorar os serviços já oferecidos, os profissionais da rede de saúde básica e de saúde mental irão participar, em agosto, de uma formação promovida pela Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), com 40 horas de duração, à distância.
“A intenção é desenvolver nos participantes a capacidade de considerar o fator trabalho como determinante e condicionante para o adoecimento mental a fim de garantir uma maior visibilidade aos transtornos mentais relacionados ao trabalho”, destaca a gestora da Coordenadoria de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Covat) da Sesa, Roberta de Paula Oliveira.
De acordo com a coordenadora pedagógica do curso, que será focado na Vigilância em Saúde dos Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho, Francilete Gomes, para se inscrever, os profissionais de saúde da atenção primária, dos Caps, Cerests e da vigilância deverão procurar os gestores municipais de suas regiões. As vagas são limitadas.
Em 14 de agosto, terão início as turmas do Sertão Central e Sobral. Já no dia quatro de setembro, será a vez das regiões de Fortaleza, Litoral Leste e Cariri.
Com a pandemia da covid-19, as condições de trabalho tiveram modificações significativas. Por conta disso, as jornadas se estenderam e os ambientes, muitas vezes, não tinham as adaptações necessárias para o exercício laboral. Para milhões, o desemprego tornou-se uma realidade e as perdas de vidas por conta da doença também fragilizaram ainda mais a saúde mental da população.
Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2020, o Brasil é o segundo país com maior número de pessoas com transtorno depressivo nas Américas, com 5,8% da população. O país também tem a maior prevalência de ansiedade no mundo, com 9,3% dos habitantes.
Segundo a diretora-geral do Cerest Ceará, Mara Tavares, o documento “Linha de Cuidado para a Atenção Integral ao Trabalhador com Transtorno Mental Relacionado ao Trabalho” dispõe de orientações técnicas aos profissionais de saúde para contribuir na identificação das relações entre transtorno mental e trabalho. A ideia é facilitar o diagnóstico, o manejo, a notificação do agravo no Sinan, a promoção da saúde mental do trabalhador, a prevenção dos transtornos mentais relacionados ao trabalho e ampliar as possibilidades de proteção e cuidados com os usuários trabalhadores.
Mara Tavares esclarece que essa é uma estratégia importante para o cuidado integral do trabalhador, pois, muitas vezes, eles não trazem só um problema psíquico isolado, mas outras questões e doenças relacionadas, adquiridas no ambiente laboral.
“Pode ser uma dor crônica advinda de lesões osteomusculares adquirida por trabalhos repetitivos e estressantes. Desse modo, um dos objetivos dessa linha é promover a integração de ações e serviços desde a unidade de saúde na Atenção Primária até os serviços especializados, garantindo a trajetória adequada que o usuário trabalhador deve percorrer nas redes de atenção à saúde”, diz.
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (APA), os transtornos mentais são síndromes caracterizadas por perturbações que afetam a cognição, o estado emocional e o comportamento de um indivíduo.
Entre os sintomas estão: choro fácil, tristeza, medo excessivo, agitação, irritação, nervosismo, taquicardia, sudorese, insegurança, entre outros.
Alguns dos transtornos mais comuns são alcoolismo, Síndrome de Burnout, depressão e ansiedade.
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