Distrair os pequenos e afastá-los das telas é um grande desafio para os pais durante as férias escolares
Mês de julho, férias escolares e um grande desafio para os pais: distrair os pequenos para que não abusem do uso das telas. Para tentar ajudar nessa missão, especialistas do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), dão orientações e dicas de diversões e brincadeiras que podem ser realizadas em família, ou até mesmo de forma independente.
De acordo com a psiquiatra da Infância e da Adolescência do HSM, Letícia Coelho Cavalcante, é muito importante evitar a exposição exagerada às tecnologias. “Alguns estudos sugerem associações entre o aumento do contato com as telas e o surgimento de sintomas relacionados à saúde mental. O prejuízo é iniciado em virtude do expressivo tempo dedicado à frente dos dispositivos, prática capaz de alterar o humor e comprometer as atividades escolares e sociais”, esclarece.
Conforme a especialista, já é possível listar alguns comprometimentos causados pelo uso excessivo de celulares, tablets, computadores, videogames e televisões pelas crianças. “Temos observado sintomas como irritabilidade, ansiedade, depressão, déficit de atenção e hiperatividade, alterações do sono, mudanças alimentares, dependência digital, uso problemático das mídias interativas, sedentarismo, baixa autoestima, prejuízo escolar e bullying”, destaca.
Até o segundo ano de vida, os pequenos devem ser mantidos distantes das telas. Entre dois e cinco anos de idade, a utilização dos dispositivos deve ocorrer, mediante supervisão, durante o prazo máximo de uma hora diária. Já em relação às crianças entre seis e dez anos, o tempo dedicado às telas e aos jogos de videogame não deve ultrapassar 2 horas por dia. Para as crianças maiores, a exposição deve ser de, no máximo, 3 horas. E em todos os casos é necessária a desconexão de qualquer exposição pelo menos uma hora antes de dormir.
A médica reforça que é importante estimular estratégias que garantam a manutenção da saúde mental. “A redução do contato tecnológico deve acontecer de maneira saudável. Se necessário, não hesite em buscar a ajuda de um especialista, que pode ser um(a) psiquiatra ou um(a) psicólogo(a)”, orienta.
Com a chegada das férias, as orientações incluem o estabelecimento de regras saudáveis, a começar pela busca por atividades esportivas ao ar livre, além do acesso a brincadeiras educativas e à leitura. A neuropsicóloga do Núcleo de Atenção à Infância e à Adolescência (Naia) do HSM, Marleide Oliveira, reconhece que o desafio é grande, mas existem saídas que podem ser adotadas. “É importante criar uma rotina de leitura, utilizando livros de acordo com a faixa etária, pois é uma forma de estimular a concentração e a memória, propiciando um momento em que os pais podem conversar sobre os assuntos lidos e, assim, melhorar o relacionamento com os filhos”, explica.
Marleide sugere ainda o uso do cinema como alternativa que une tecnologia e lazer. “É uma ferramenta que ajuda na capacidade de observação, estimula a sensibilidade, além de ser um momento onde os pais se aproximam bastante dos filhos”. Ela recomenda ainda os jogos de tabuleiro, xadrez, bola e memória como opções bastante recomendadas para aprimorar a interação social.
A psicóloga reforça que é importante aproveitar o tempo livre para incentivar novas habilidades das crianças. Vale convidá-las para testar receitas culinárias, mudar a decoração da casa, criar uma oficina de arte com a participação da família, visitar amigos e conhecer pontos culturais da cidade gratuitos, como bibliotecas e museus, além de parques e praias.
“Essas dicas, além de proporcionarem diversão para os pequenos, são interessantes para fortalecerem os laços familiares, tão essenciais para potencializar a sensação de segurança, confiança e conforto para todos”, orienta a neuropsicóloga.
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