Em dois anos de inauguração, o equipamento já atendeu mais de mil pacientes vindos dos hospitais e das UPAs
A Casa de Cuidados do Ceará (CCC), equipamento da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), completa dois anos de funcionamento no próximo dia 24 de junho, com o marco de mil pacientes assistidos. A CCC foi inaugurada em 2021, durante a pandemia de covid-19, para ajudar na oferta de leitos hospitalares através da desospitalização e cuidados de transição para pacientes sequelados ou cronicamente dependentes.
Atualmente as principais demandas de atendimento são a Desospitalização para reabilitação e cuidados de pacientes com doenças neurodegenerativas; Acidente Vascular Cerebral (AVC); e Trauma ou Encefalopatia hipóxico-isquêmica. Outro foco é o Cuidado Paliativo para pacientes com doenças avançadas que necessitam da assistência e de cuidados especiais da equipe multidisciplinar no momento da alta hospitalar.
“Tivemos diversas conquistas nesse período. Entre elas, podemos destacar o preenchimento do vácuo na reabilitação, apoio para hospitais e UPAs, espaço para Cuidados Paliativos humanizados, desenvolvimento de projetos de Medicina Integrativa, com implantação de projetos voltados para reabilitação, humanização, cuidados paliativos e educação em saúde. Nossa meta agora é alcançar o reconhecimento e a habilitação da Casa na rede de saúde pública”, explica a diretora da CCC, Ursula Wille Campos.
A celebração dos dois anos do equipamento será realizada para os colaboradores, com apresentação de trabalhos e solenidade com representantes do Ministério da Saúde, Sesa e ISGH, na sexta-feira (23).
Uma instituição de transição oferece estrutura diferente da de uma unidade de saúde convencional. Na CCC, há espaços para que pacientes realizem exercícios físicos, objetivando o fortalecimento muscular e, por consequência, a reabilitação. A atividade é supervisionada por fisioterapeutas.
Na Casa, em algumas situações, é permitida a entrada de animais de estimação, mediante prévia autorização da equipe de saúde. Outro diferencial do equipamento estadual são os ambientes destinados para iniciativas lúdicas e sociais, estimulando o bem-estar de pessoas internadas, cuidadores e familiares.
O objetivo do equipamento acompanha uma tendência mundial para a desospitalização precoce a fim de evitar a lotação em unidades hospitalares de emergência e, assim, liberar leitos para pacientes com diagnósticos mais severos. A diminuição do tempo de permanência no ambiente hospitalar reduz, ainda, chances de complicações e proporciona um tratamento mais adequado, respeitando protocolos de segurança.
Dentre os benefícios oferecidos pelo espaço, estão: otimização dos leitos hospitalares; diminuição dos riscos de infecção; humanização no atendimento; assistência a familiares; além da promoção de transição do paciente para o domicílio e prevenção de novas internações.
Entre os projetos implantados estão o “Pôr do Sol”, que leva pacientes para observar o fim do dia em uma área externa, promovendo atividades físicas e cognitivas e o projeto “Sensações”, que busca proporcionar, por meio de experiências gustativas, sentimentos de nostalgia aos pacientes que estão sob cuidados paliativos no espaço.
Projeto “Sessão Pipoca” oferece a experiência do cinema a pacientes internados
Além deles, há o projeto “Da Casa ao Mar” que tem a proposta de levar pacientes com longo tempo de internação para um banho de mar, promovendo auxílio no enfrentamento da hospitalização e oferecer suporte para a compreensão do processo saúde-doença e qualidade de vida e o “Sessão Pipoca”, que oferece a experiência do cinema a pacientes internados, promovendo inclusão e acolhimento.
O complexo, com 110 leitos, possui equipes multidisciplinares compostas por médicos(as), enfermeiros(as), fisioterapeutas, assistentes sociais, fonoaudiólogos(as), terapeuta ocupacional, nutricionistas e psicólogos(as). Os profissionais seguem um Plano Terapêutico Individual com foco na qualidade de vida e na reintegração social dos usuários.
O tempo de permanência do paciente em uma instituição de transição varia conforme a complexidade do quadro de saúde. Na CCC, a atuação de cuidadores – profissionais ou não – é imprescindível. Semanalmente, esses trabalhadores recebem capacitações no local.
Além dos treinamentos, o equipamento já promoveu três edições de Curso para Cuidadores, com duração de 40 semanas. “O objetivo é preparar o cuidador para lidar com situações inerentes ao paciente acamado e evitar uma reinternação hospitalar. Todos saem preparados para cuidar de um paciente no domicílio com muita segurança e sabendo lidar com intercorrências”, explica Aryadne Marques, coordenadora de Fisioterapia do equipamento.
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