A oficina visa capacitar a equipe de Psicologia — incluindo estagiários e residentes — para o atendimento a pacientes que fazem uso de ventilação mecânica invasiva
Com o objetivo de permitir que pacientes em ventilação mecânica possam expressar seus anseios e suas angústias, o Serviço de Psicologia do Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), desenvolveu uma técnica de comunicação alternativa para uso nos atendimentos psicológicos voltados a este público específico.
A metodologia, que tem bases teórico-práticas em pesquisas, foi compartilhada com residentes e estagiários da Psicologia, na última quinta-feira (4), na oficina “Atendimento Psicológico a Pacientes em Ventilação Mecânica: Comunicação Alternativa”. Ministrada pela psicóloga da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HSJ, Gisele Dutra, a atividade trabalhou a construção de recursos terapêuticos para a escuta de pessoas em ventilação mecânica invasiva (VMI).
“Elas também sofrem, também se angustiam e também precisam expressar essa dor que estão sentindo, seja porque não estão se adaptando à rotina hospitalar; seja porque entendem que estão doentes, mas não entendem como ou por que; seja porque não têm a presença dos familiares ou porque se sentem ansiosas, enfim, são muitos sofrimentos”, explicou.
Os recursos usados no atendimento psicológico são diversos e incluem imagens, frases e gestos
Conforme Dutra, a atividade visa instrumentalizar a equipe para o atendimento a pacientes que tiveram algum acometimento pulmonar ou neurológico e fazem uso da VMI, perfil bastante comum na UTI do hospital. No entanto, a psicóloga enfatizou que a aplicação da metodologia não deve ficar limitada apenas aos que estão em terapia intensiva. “Ocasionalmente, uma pessoa sai da UTI traqueostomizada, por exemplo, e vai precisar receber esse suporte também nas outras unidades”, destacou.
A comunicação é personalizada e facilitada por meio de imagens, letras, números, frases prontas, toques, apertos de mão, piscar de olhos, acenos de cabeça, entre vários outros recursos.
“Vamos supor que a gente só tivesse uma forma de comunicação, que seria uma imagem pequena com palavras. Se a palavra fosse o destaque e o paciente não soubesse ler, ele teria um problema gigantesco. Então, não poderíamos usar só um recurso para todos, a gente vai adaptando de acordo com a necessidade do sujeito que está sendo escutado”, exemplificou Dutra.
Para Jackson Alves, psicólogo da Residência Multiprofissional do HSJ, a oficina foi um momento muito interessante, leve e reflexivo, que possibilitou a aquisição de uma técnica para qualificar a assistência. “Muitas vezes, nós, como profissionais, ficamos com alguns impedimentos e limitações, até para acessar, acolher e levar qualidade de vida ao paciente. Dentro dessas atividades lúdicas e desses elementos, vamos conseguir ter um acesso de qualidade a essas pessoas”, avaliou.
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