O governador Jorginho Mello fez questão de tomar um café da manhã com os alunos catarinenses finalistas do Feira Brasileira de Ciências e Engenharia para desejar boa sorte na disputa pelos primeiros lugares em São Paulo (SP) na 21ª Febrace. Os estudantes da EEB Ruth Lebarbechon de Água Doce, escola da rede pública estadual pertencente à coordenadoria regional de Educação de Joaçaba, embarcam nesse domingo para participar do evento que é realizado na Universidade de São Paulo (USP).
“Tô muito feliz em recebê-los. Eles são o exemplo de que quando a gente quer a gente pode. É um município pequeno, do interior do nosso estado. Mas Santa Catarina é diferenciada, terra de gente valente, de gente que realiza. Quero desejar a eles sucesso na apresentação e não tenho dúvida de que não vão ficar só na feira, vão evoluir muito ainda com essa sua invenção”, disse o governador.
Participaram do café da manhã na Casa d’Agronômica os alunos Raissa Pressel de Lima, Monyque Catarina dos Santos e Elyson Boldrini Maciel, finalistas do projeto, além da professora Janete Aparecida Rodrigues e a representante da regional de Educação Rosana Marcolino. Esse é o único projeto de escola da rede pública estadual de Santa Catarina a se classificar para a Febrace.
O projeto que representará Santa Catarina na disputa nacional com outras escolas é um canudo biodegradável. Os canudos foram produzidos com farinha de batata doce, fibra de jaracatiá, goma de milho e água, logo após foram impermeabilizados com cera de abelha. A jaracatiá é uma árvore da Mata Atlântica e basta apenas um galho para obter os materiais necessários da sua casca pra produção.
“O projeto começou com o Novo Ensino Médio, com as matérias novas eletivas. Nossa expectativa na feira é gigante porque sabemos que vamos estar com várias pessoas renomadas, com muito conhecimento. E a gente quer levar o projeto adiante para que a gente possa melhorar ele, padronizar e até patentear e começar a comercializar o produto”, conta a estudante Raissa.
O produto foi testado e provou durar até 1h30 em contato com o líquido antes de começar a perder suas propriedades. A melhor parte: se for descartado no solo por algum motivo, leva apenas 21 dias para se decompor. Um canudo de plástico normal leva mais de 500 anos para sua decomposição.
“O projeto já passou por quatro etapas e a gente está muito feliz de sermos selecionados. Será a única escola pública de Santa Catarina e a nossa expectativa vá adiante, além de São Paulo”, conta a professora Janete Aparecida Rodrigues.
O Projeto Natural Straw – Canudo Biodegradável foi desenvolvido no Componente Curricular Laboratório de Ciências Humanas Sociais Aplicadas em parceria com o Laboratório de Ciências da Natureza com alunos do Novo Ensino Médio (NEM) na EEB Ruth Lebarbechon de Água Doce. O objetivo do projeto foi oferecer uma proposta de substituição dos canudos plásticos por um biodegradável, buscando a melhoria da vida dos seres vivos, conservando assim os solos e o meio ambiente. Além disso, este projeto visa a conscientização da população para conservar a biodiversidade em especial a nossa Mata Atlântica e estimular o empreendedorismo.
Antes de chegar a essa final, o projeto já teve várias outras conquistas: selo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU; premiação na XII FECITEC da Regional de Joaçaba; representou a Regional de Joaçaba na XIV FECITEC estadual em Florianópolis; e participação na 28ª Ciência Jovem Híbrida de Pernambuco.
Depois de três anos sendo realizada em formato on-line, a 21ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) volta a ser presencial. O evento será realizado entre os dias 20 e 24 de março, no Inova USP, em São Paulo (SP). Estarão em exposição 225 projetos finalistas, desenvolvidos por 516 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todos os estados brasileiros e do Distrito federal. Os trabalhos finalistas foram selecionados entre 500 semifinalistas, escolhidos em uma etapa anterior, feita a distância, na qual foram avaliados os 1.800 projetos inscritos.
“Os finalistas se destacam pelo rigor científico e pela criatividade na solução de problemas prementes da sociedade. Além disso, uma parte expressiva dos projetos está alinhada naturalmente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o que mostra a preocupação dos jovens com os problemas globais”, afirma a coordenadora da mostra, a professora Roseli de Deus Lopes, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), movimento nacional de estímulo ao jovem cientista, reúne estudantes do 8º ou 9º ano do ensino fundamental, no ensino médio ou técnico de instituições públicas e privadas de todo o Brasil. Os estudantes devem ter no máximo 20 anos e os projetos inscritos podiam ser realizados individualmente ou em grupos de até três estudantes autores, com participação obrigatória de um professor orientador.
Durante a Mostra Presencial, os projetos finalistas serão avaliados, e identificados os primeiros, segundos, terceiros e quartos lugares de cada categoria – esses contemplados com troféus, medalhas e certificados, na cerimônia de premiação prevista para o dia 24 de março de 2023. Serão ainda selecionados nove projetos, cujos autores irão representar o Brasil na maior feira pré-universitária do mundo: a Regeneron ISEF (International Science and Engineering Fair), que em 2023 será realizada no mês de maio nos EUA.
O que é a Febrace?
A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia é um programa de talentos em ciências e engenharia que estimula à cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil, despertando novas vocações em ciências e induzindo práticas pedagógicas inovadoras nas escolas.
Desde 2003, a Febrace realiza uma grande mostra de projetos científicos e tecnológicos, na Universidade de São Paulo, que reúne estudantes de todo o Brasil.
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