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Saiba como funciona a entrega de suprimentos aos yanomami em Roraima

Militares fazem lançamentos aéreos diários de alimentos e medicamentos

02/02/2023 19h35
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil

Aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) têm feito lançamentos diários de cargas, os chamados ressuprimentos aéreos, para enviar mantimentos às aldeias indígenas Yanomami, no oeste de Roraima. Até o momento, a bordo dos aviões KC-390 e do C-105 Amazonas, foram realizadas as entregas de aproximadamente 120 mil lotes de cargas entre cestas básicas e medicamentos, que têm atendido às comunidades indígenas, incluindo a Casa de Assistência ao Indígena de Surucucu, onde fica um pelotão de fronteira do Exército Brasileiro. A região é uma das mais atingidas pelos efeitos do garimpo ilegal, que tem agravado o adoecimento de indígenas, além do aumento da violência. 

A reportagem daAgência Brasilacompanhou o lançamento realizado nesta quinta-feira (2), a bordo do cargueiro KC-390, que sobrevoou o polo-base de Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, a maior área indígena do país.  

Lançamento aéreo de suprimentos às aldeias indígenas yanomami -Fernando Frazão/Agência Brasil
Lançamento aéreo de suprimentos às aldeias indígenas yanomami -Fernando Frazão/Agência Brasil

Segundo a FAB, os suprimentos são lançados de aproximadamente 200 metros de altura e chegam ao 4º Pelotão de Fronteira (4º PEF – Surucucu), com a ajuda de paraquedas instalados nos CDS, sigla do inglês para Container Delivery System, contendo os lotes de cestas básicas e medicamentos. Ao todo, o voo dura cerca de duas horas, entre a decolagem e o pouso na Base Aérea de Boa Vista.

A montagem e preparação dos mantimentos são feitas em conjunto pela FAB e o Exército Brasileiro, por meio do Batalhão de Dobragem, Manutenção de Paraquedas e Suprimento Pelo Ar (DOMPSA). São eles que executam todo o trabalho de instalação de paraquedas, que suporta até 227 quilos, bem como o recolhimento do material em solo.

Rios contaminados pela atuação do garimpo ilegal na região do Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami, avistados em sobrevoo da FAB -Fernando Frazão/Agência Brasil
Rios contaminados pela atuação do garimpo ilegal na região do Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami, avistados em sobrevoo da FAB -Fernando Frazão/Agência Brasil

Durante a viagem, foi possível observar, do alto a existência de marcas do garimpo ilegal na Terra Indígena. Áreas desmatadas e lagoas formadas pela ação de mineração disputam a paisagem com a imensidão da floresta preservada. A coloração de alguns rios, com um forte tom de marrom, denuncia a ação do garimpo, quando comparadas com outros cursos d'água de cor mais escura e natural.

Desde ontem, a FAB ativou a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) sobre o espaço aéreo da TI Yanomami, em Roraima, com base no decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para atender a esta missão, foram criadas três áreas de controle do espaço aéreo na localidade. Aeronaves não identificadas ou não autorizadas evoluindo em determinada porção do espaço aéreo poderão ser interceptadas e estarão sujeitas à aplicação das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA), que incluem pedidos de mudança de rota e até tiros de advertência e tiros de detenção, que causam danos à aeronave e a obrigam a fazer um pouso forçado. Até o momento, a corporação não reportou nenhum caso de invasão do espaço aéreo restrito.

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