A comunidade judaica na França protestou após uma decisão judicial que impediu que um homem muçulmano que matou sua vizinha judia em 2017, em Paris, fosse a julgamento porque estaria em um estado de delírio causado por um grande consumo de maconha. A medida foi contestada até mesmo pelo presidente Emmanuel Macron, que pediu uma mudança na lei.
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Nesta semana, a Suprema Corte do país confirmou a decisão de uma instância inferior que afirma que o imigrante malinês Kobili Traoré não poderia ser julgado pelo assassinato da médica judia Sarah Halimi. O tribunal, que não julga o mérito da ação em si, apenas a aplicação da lei, ratificou que ele não seria legalmente responsável por suas ações por conta do uso da droga, de acordo com o que está posto na legislação francesa.
A decisão foi apoiada em um laudo que aponta que ele estaria em um "surto" e em "estado de delírio". Traoré, que espancou Sarah violentamente durante pelo menos 20 minutos e então a atirou pela janela do terceiro andar, está sob custódia do Estado desde que confessou o crime e segue internado em um hospital psiquiátrico.
"Não posso comentar uma decisão jurídica, mas quero expressar à família da vítima e todos os nossos cidadãos judeus que esperaram por um julgamento, meu apoio e a determinação do país em protegê-los. Nosso país não julga cidadãos doentes, nós os tratamos. Mas decidir usar drogas e 'ficar louco' não deveria, na minha opinião, tirar sua responsabilidade criminal. Gostaria que o ministro da Justiça {Eric Dupond-Moretti) apresentasse uma mudança na lei assim que for possível", disse o presidente ao jornal Le Figaro.
Francis Kalifat, presidente do Conselho de Representantes da Instituições Judaicas na França, lamentou o desfecho. "De agora em diante, neste país, será possível torturar e matar judeus com completa impunidade", afirmou.
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