A Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural e a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) lançaram, nesta sexta- feira, 18, iniciativa conjunta para ampliar as áreas destinadas ao reflorestamento no estado. Pelo Programa de Desenvolvimento Florestal as entidades trabalharão em frentes para aumentar a capacidade produtiva, principalmente de pequenos e médios produtores. O termo de cooperação foi assinado pelo secretário Altair Silva e pelo presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, durante a reunião de diretoria da Fiesc.
Altair Silva destacou a iniciativa de incentivo ao setor florestal. “É chegado o momento de o estado participar ativamente dessa atividade que gera mais de 90 mil empregos diretos e que é responsável por 18,6% das exportações do agronegócio catarinense”, falou. “É uma cadeia produtiva relevante. Santa Catarina é o maior exportador de madeira serrada. À medida que os grãos foram adquirindo mais valor, as áreas destinadas ao plantio da silvicultura acabaram sendo direcionadas para outras culturas. Por isso, nos unimos para construir um projeto que dê solidez à cadeia produtiva da silvicultura”, salientou.
“Essa cooperação auxilia muito a resolver uma questão que nos preocupa bastante: Santa Catarina tem uma dependência forte do setor madeireiro e não tínhamos uma política de incentivo à manutenção desse ativo importante”, disse o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar. “Nosso estado tem uma das melhores condições de produtividade para plantar pinus. Mas é um ativo que estava sem uma proteção”, acrescentou, ao sugerir também que o programa seja transformado em lei pela Assembleia Legislativa.
O Programa de Desenvolvimento Florestal contará com o inventário das florestas comerciais existentes, com o mapeamento das áreas plantadas e o estoque futuro de madeira. Além do incentivo à produção florestal em pequenas e médias propriedades, há esforços que contemplam apoio à regularização fundiária de mais de 40 mil propriedades e ambiental de mais de 360 mil propriedades, desenvolvimento do programa de integração lavoura, pecuária e florestas e capacitação técnica.
A Secretaria da Agricultura contará ainda com uma linha de fomento voltada para implantação de reflorestamento nas propriedades rurais. A intenção é que Santa Catarina tenha um crescimento de 5 mil hectares plantados com floresta por ano.
A Fiesc será responsável pela mobilização da iniciativa privada, realizar o levantamento de dados, conteúdos e análises técnicas e propor, conjuntamente com a Secretaria, o Plano de Negócios, contendo a elaboração de cenários de mercado, aspectos jurídicos, modelo de financiamento, modelo de contrato entre o produtor e a indústria e análise de risco.
Cenário atual do setor produtivo
Grande polo moveleiro, Santa Catarina vem reduzindo as áreas destinadas ao reflorestamento e a falta de matéria-prima já preocupa o setor industrial. As terras, que antes eram ocupadas com pinus ou eucalipto, agora são destinadas ao cultivo de culturas como a soja, milho e pastagem, e em cinco anos o estado teve uma redução de 72,3 mil hectares na área de silvicultura.
Números do setor florestal
Santa Catarina é o maior produtor e exportador de madeira serrada do Brasil e o quinto maior estado com base florestal plantada. Em 2020, os produtos florestais responderam por 18,7% do total de exportações do estado, com US$ 1,52 bilhão de faturamento. A indústria florestal catarinense gera cerca de 90 mil empregos diretos e conta com 16 mil produtores de pinus.
Um levantamento contratado pela Associação Catarinense de Empresas Florestais e desenvolvido pela Universidade do Estado de Santa Catarina, identificou que a área total com florestas plantadas no estado é de 828,9 mil hectares. Desta totalidade 553,6 mil hectares (67%) são área com pinus; e 275,3 mil hectares (cerca de 33%) estão ocupados com eucaliptos.
*Com informações da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Fiesc e Gerência Executiva de Comunicação Institucional e Relações Públicas
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