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Cultura Distrito Federal

Diretora de curta premiado destaca a importância do FAC

Edileuza Penha de Souza teve o seu ‘Filhas de Lavadeira’ eleito como melhor curta de documentário no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2021

06/12/2021 20h00
Por: Redação Fonte: Secom DF
Foto: Reprodução/Secom DF
Foto: Reprodução/Secom DF

A documentarista e professora da Universidade de Brasília (UnB) Edileuza Penha de Souza teve seu filmeFilhas de Lavadeira(2019) premiado como melhor curta documentário pelo júri do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2021. A premiação, realizada no último dia 28 de novembro, é organizada pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA).

“Sem esse apoio financeiro, não seria possível o filme ter a dimensão que teve”Edileuza Penha de Souza, cineasta e professora

A história de lavadeiras que mudaram o destino de suas filhas, lutando para que tivessem acesso à educação, concorreu com outras seis produções. O filme de 22 minutos teve aporte do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) no valor de R$ 120 mil.

“Vários trabalhos premiados tiveram aporte do FAC, o que mostra sua importância. Sem esse apoio financeiro, não seria possível o filme ter a dimensão que teve. Gravamos no Rio de Janeiro, onde pudemos dar voz a dona Ruth de Souza (1921-2019), por exemplo. Foi o último trabalho dela, a primeira mulher negra a pisar no palco do Teatro Municipal”, informa.

Também pelos recursos do FAC foi possível falar com Conceição Evaristo (escritora) e Benedita da Silva (professora, deputada federal). “É indiscutível o impacto do FAC na produção da cultura do DF”, defende a cineasta.

“É um filme de mulher negra dando vozes a outras mulheres negras, construindo um cinema negro no feminino”Edileuza Penha de Souza, cineasta e professora

Um filme de mulher negra

Edileuza diz estar feliz com a premiação, mas o reconhecimento tem um significado especial para ela. “Acredito que estamos no caminho certo, de dar voz para mulheres que foram historicamente silenciadas. Esse cinema é urgente”, declara a cineasta, que teve seu filme também laureado no ano passado pelo festival internacional de documentários É Tudo Verdade.

“É um filme de mulher negra dando vozes a outras mulheres negras, construindo um cinema negro no feminino”, define Edileuza. A diretora capixaba defende que as premiações devem-se também à técnica, arte e dedicação de sua equipe: “Entregamos ao público um produto de qualidade”.

Edileuza conta que a repercussão do curta-metragem lhe abriu muitas portas: “Foram vários convites, o curta participou de muitas mostras nacionais e internacionais”. Ela também defende a importância do filme como peça de resistência num contexto em que os financiamentos da sétima arte contemplam em sua quase totalidade homens brancos e heterossexuais.

Pesquisa do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), feita em cima de filmes brasileiros de maior bilheteria entre 2002 e 2012, aponta que as mulheres têm baixa participação nas funções de direção e roteirização dos filmes comerciais e apenas 4% do elenco principal desses filmes foi composto por mulheres pretas e pardas.

“Até 2020, a gente não tinha nenhum filme de mulher negra financiado pela Ancine. O filme de Viviane FerreiraUm Dia com Jerusa’ (2020) é fruto de um edital federal afirmativo e está hoje bombando na plataforma da Netflix. É isso, nos deem oportunidade. É o que reivindicamos. Sabemos fazer cinema com qualidade. O que a gente não tinha era oportunidade. A cor de nossa pele, o principal impedimento”, critica.

A diretora tem pós-doutorado em Comunicação e doutorado em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). Estudou na Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de los Baños (EICTV/Cuba), onde participou como roteirista e diretora de diversas realizações, entre elas o premiado curtaTeresa (Brasil/Cuba/ México/Venezuela, 2014).

É ainda idealizadora, curadora e coordenadora da Mostra Competitiva de Cineastas e Produtoras Negras Adélia Sampaio – cujo nome homenageia cineasta brasileira do Cinema Novo e primeira mulher negra a dirigir um longa no Brasil –, curadora do Festival de Cinema do Paranoá (DF) e da Mostra de Cinema da Cova, Lisboa. Organizou ainda a coleção Negritude Cinema e Educação (2014).

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF

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