Os socioeducandos que cumprem medidas socioeducativas no Centro Socioeducativo de Internação do São Cristóvão (CSISC), unidade da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), emocionaram o público que prestigiaram o I Sarau Literário, uma ação realizada pelo Projeto Caixa de Leitura, que tem como objetivo incentivar e despertar a prática da Leitura como fonte de conhecimento.
O evento teve como convidado especial o professor Wilson Chagas, autor do livro “Palavras ao Vento”. No Sarau, foram apresentadas rimas de autoria dos adolescentes, biografias de três grandes autores literários, dramatização do conto “Um apólogo”, de Machado de Assis; atração musical, premiação e certificação dos adolescentes.
A presidente da Funac, Sorimar Sabóia ressalta que o Sarau Literário teve como foco promover e estimular o hábito da leitura para ampliar a capacidade de conhecimento. “Essa é uma atividade que fomentamos em todos os Centros Socioeducativos e a culminância do Sarau ressalta que as oficinas são uma forma de despertar nos adolescentes o gosto pela leitura e estudos, além de compartilhar vivências e fomentar saberes. Nas oficinas realizadas por meio do Projeto são despertadas a criatividade, a vontade de escrever, se expressar e construir um novo projeto de vida”, pontua a presidente da Funac.
O convidado especial, Wilson Chagas, observa que a leitura tem o poder de transformar. “Através da leitura é possível um crescimento pessoal e ter percepção de um outro universo, em que precisamos estar inseridos para contribuir com a nossa obra, com o nosso trabalho, no processo de ressocialização dos adolescentes. E todas as atividades de leitura contribuem muito para todo esse processo de melhoria do vocabulário, de percepção do mundo. A leitura prende, emociona, cativa, e eu achei muito interessante a releitura que os meninos fizeram dos livros que eles leram. Quero parabenizar toda a equipe por desenvolver um trabalho tão importante”, ressalta.
O chefe da Asplan, Nikson Daniel avalia de forma positiva o I Sarau. “Eles tem como objetivo incentivar nos socioeducandos a produção, a leitura, o desenvolvimento da educação, como instrumento de leitura e usar isso como incentivo para sua vida”, afirma.
O socioeducando fala da experiência no Projeto e como foi participar do primeiro Sarau, ocasião em que construíram poesias e declararam rimas. “Foi emocionante além da releitura poder declamar um poema escrito por mim, de um momento que marcou a minha vida, que foi quando meu pai me deu um carro de brinquedo na infância”, declara emocionado.
A diretora do CSISC, Cristiane Léa, fala do processo que envolveu toda a comunidade socioeducativa. “Todos colaboraram e se sentiram parte desse momento de incentivo à leitura dos adolescentes. Temos enquanto profissionais a missão de contribuir para que os adolescentes percebam que podem trilhar um caminho diferente do ato infracional”, diz.
Para a expectadora Poliana Cozzi, técnica do Departamento de Saúde de Criança e do Adolescente, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), prestigiar o I Sarau Literário do Centro Socioeducativo foi surpreendente. “Foi uma iniciativa ímpar para essa unidade, para todos os meninos que estão cumprindo medidas socioeducativas. A equipe conseguiu captar o íntimo de cada menino e trouxe o interior de cada vida, de cada momento que eles estão passando, vivenciando esse momento que é tão importante que é a adolescência. Esse é o caminho dar voz e vez para que eles possam exercer o seu protagonismo”, avaliou.
A coordenadora dos Programas Socioeducativos da Grande Ilha, Meire Rabelo, uma das juradas no Sarau, relata a felicidade de participar de eventos como esse na Fundação. “A atividade realizada demonstra que os meninos conseguem ser inspiradores. Foi um evento lindo, que envolveu toda a comunidade socioeducativa em que os socioeducandos puderam ler, sonhar e inspirar todos os presentes, com os poemas e interpretações que eles fizeram. Esse é o caminho da socioeducação, inspirar e fazer com que a gente possibilite as oportunidade da retomada dos sonhos do nossos adolescentes”, fala emocionada.
Augusto Gouvéia, psicólogo do CSISC, diz que o evento superou as expectativas. “Houve uma mobilização geral de todos que integram a comunidade socioeducativa. O que gerou um senso de coletividade, de fraternidade, todas as equipes e adolescentes empenhados para fazer o evento acontecer. Os adolescentes estavam muito empolgados e hoje pudemos vivenciar a música e poesia”, enfatiza.
Nelma Pereira, do Departamento de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da SES, foi convidada para compor a banca do júri do I Sarau Literário e avaliou de forma exitosa a realização do evento. “Avalio a participação dos socioeducandos com a nota máxima, eu observei em todos os adolescentes uma fluência muito boa, com uma excelente performance. Quero dizer que essas oportunidades transformam a vida desses meninos”, parabenizou.
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