Hoje, os EUA contam com mais de 2 milhões de brasileiros residentes, segundo dados do documento “Comunidades Brasileiras no Exterior”, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, que compila estatísticas atualizadas sobre a quantidade de nacionais que vivem fora do Brasil e sua distribuição pelo mundo.
De acordo com a estimativa, que reúne insumos relativos ao ano-base de 2023, enviados pelos postos do Itamaraty no exterior, cerca de 4,9 milhões de brasileiros vivem em outros países, um aumento de cerca de 400 mil pessoas, em relação ao ano anterior.
Segundo o Itamaraty, em termos de população, as comunidades brasileiras no exterior equivaleriam ao 13º mais populoso estado da Federação, conforme dados do Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As maiores concentrações de imigrantes estão nos Estados Unidos (2.085.000 milhões), Portugal (513 mil), Paraguai (263,200 mil), Reino Unido (230 mil) e Japão (210.471 mil).
Ismael Macedo, professor e especialista em ações sociais e de cidadania nos EUA e pastor sênior da Assembly of God Shalom no Colorado (EUA), observa que os Estados Unidos é o país que mais recebe brasileiros imigrantes que migram para o país em busca do “sonho americano” que, para alguns, pode se tornar em “pesadelo”.
“Recentemente, atendi uma família de imigrantes indocumentados que estavam morando de favor na casa de parentes e foram expulsos pela própria família sem ter para onde ir e nem trabalho”, relata.
“Eles vieram em um dos nossos cultos e me informaram da sua situação. De pronto, procurei ajudá-los. Na manhã seguinte, levei a família para um novo lugar, onde poderiam morar. Cenas como essa, infelizmente, se repetem”, explica.
Interação social é importante para brasileiros nos EUA
Para Macedo, a interação social com grupos de pessoas com similaridades e gostos em comum, pode ser importante para integrar o brasileiro como cidadão dos EUA.
“A mudança de país gera desgaste emocional, trazendo estresse, ansiedade e outros problemas emocionais. Nesse sentido, a interação social no ambiente da mesma língua, cultura e valores que o indivíduo já conhece ou pertencia antes da mudança é importante”, considera.
Na visão do pastor, a interação social com pessoas que compartilham experiências e culturas semelhantes pode ajudar a reduzir sentimentos negativos que podem acometer os imigrantes. “Se o brasileiro já frequentava uma igreja ou se já praticava um esporte como jiu-jitsu, karatê ou futebol, por exemplo, a busca por esses elementos pode ajudar na redução do estresse e da ansiedade”, explica.
Segundo Macedo, a interação social também pode ajudar a acessar oportunidades de emprego e negócios: “A interação social pode proporcionar oportunidades de emprego e negócios, pois as conexões sociais podem levar a oportunidades de networking e colaboração”, pontua.
“Muitas pessoas não sabem por onde começar seu negócio, como abrir uma empresa nos EUA, e o que pode e o que não pode ser feito aqui, e por meio dessas interações é possível compartilhar e adquirir informações”, detalha o professor.
Atividades podem funcionar como integrações sociais
Macedo destaca que diversas atividades podem funcionar como integrações sociais em um período de adaptação de um imigrante nos EUA, como esportes, grupos de estudo, igrejas e escolas.
“O esporte é algo que quebra barreiras e aproxima pessoas. Assim, grupos de futebol, vôlei ou outros esportes sempre são uma opção para unir os brasileiros”, observa. “Prova disso, depois da prática de um esporte, muitos saem juntos para comer alguma coisa, o que torna o vínculo de amigos mais forte”, completa.
Para o pastor sênior da Assembly of God Shalom no Colorado, a adesão a pequenos grupos de estudos bíblicos, por exemplo, também é uma alternativa: “Normalmente, as atividades terminam com um lanche e um momento de compartilhar experiências de vida, entre dificuldades e conquistas. Por isso, esses também são elementos que promovem o fortalecimento do vínculo na comunidade”.
Macedo ressalta que o culto pode fortalecer a fé e a esperança do imigrante que, muitas vezes, se sente sozinho e desamparado.
“A igreja pode se tornar uma ‘segunda família’ para o imigrante que desenvolve o sentimento de pertencimento àquele lugar. Isso porque muitas pessoas chegam à comunidade sem saber como matricular um filho, como procurar um emprego ou tirar uma carteira de motorista, com diversas dúvidas sobre imigração, entre outras”, explica.
Ações podem servir como rede de apoio aos imigrantes brasileiros
Macedo conta que ações praticadas por órgãos ou ONGs são importantes para os imigrantes. “Ações sociais executadas por instituições que atuam no terceiro setor dão acesso a informações sobre os direitos e deveres dos imigrantes, bem como sobre os recursos disponíveis para eles”.
Além disso, segundo o especialista em ações sociais e de cidadania nos EUA, essas instituições promovem:
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