O Brazil Florida Business Council (BFBC) realizou nesta segunda-feira (5) o evento Economia Tokenizada do Brasil: O Futuro do Dinheiro e do Sistema Financeiro, reunindo especialistas para debater o impacto da tokenização e da tecnologia blockchain no setor financeiro. Com um painel de alto nível, a discussão trouxe insights sobre inovação, regulamentação e as oportunidades que o Brasil tem para se consolidar como referência global no setor.
A abertura foi liderada por Sueli Bonaparte, presidente do BFBC, que destacou o protagonismo brasileiro na digitalização financeira e a importância da colaboração entre reguladores, startups e instituições financeiras para garantir um sistema mais seguro, eficiente e inclusivo. “Acreditamos que a união de forças entre esses diferentes atores é fundamental para consolidar o Brasil como um dos líderes globais na evolução das finanças digitais. Juntos, temos a capacidade de criar um ambiente que não apenas apoia a inovação, mas que também garante a segurança e a confiança necessárias para que todos possam participar do novo ecossistema financeiro”, afirmou Sueli.
Banco Central e o papel do Drex na tokenização
Um dos destaques do evento foi a participação de Fábio Araújo , economista e coordenador do Drex no Banco Central do Brasil, que explicou como a tokenização pode transformar mercados ao reduzir atritos e aumentar a eficiência das transações. Segundo ele, o Banco Central adota uma postura aberta ao diálogo para garantir que a inovação ocorra com segurança e estabilidade financeira.
Araújo esclareceu que a tokenização permite a criação de ativos digitais únicos, garantindo suas interferências e evitando fraudes. O Drex, ao atuar como ferramenta de liquidação para esses ativos, reduz o risco de contraparte e facilita negociações em tempo real. Ele ressaltou que a participação do regulador no desenvolvimento dessas soluções é essencial para a compensação do sistema financeiro.
“O papel do Banco Central não é só cuidar do que é tradicionalmente feito, de garantir a continuidade que temos, mas também de incorporar novas tecnologias para melhorar o serviço da população e para aumentar a inclusão financeira, como vimos no caso do PIX, que foi um efeito tremendo, e o DREX tem também um potencial muito grande.”
Tokenização imobiliária e transformação do mercado
Tony Volpon , sócio da CF Inovação, apresentou um case inovador de tokenização no setor imobiliário. Sua empresa desenvolveu o Sistema de Governança e Registro (SGR) , em parceria com o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI), para digitalizar contratos do setor. O objetivo é trazer mais transparência, liquidez e segurança às transações imobiliárias, permitindo a comercialização de tokens lastreados em imóveis de forma regulamentada e supervisionada.
“A tokenização resolve problemas de assimetria de informação, complexidade e falta de liquidez, tornando o mercado mais eficiente e acessível”, explicou Volpon.
Bradesco e tokenização em câmbio
O evento também abordou a aplicação da tokenização no setor de câmbio. Roberto Medeiros, diretor da Divisão Internacional e de Câmbio do Bradesco, referiu-se à experiência do banco no uso de stablecoins para transações internacionais. Segundo ele, a demanda dos clientes e o apoio do Banco Central foram fatores decisivos para iniciar os primeiros testes com essa tecnologia.
“A eficiência operacional que a tokenização pode trazer ao mercado financeiro é sem precedentes”, afirmou Medeiros. Ele destacou que o Bradesco já está conduzindo operações experimentais com stablecoins em parceria com players internacionais, prevendo um futuro no qual as transações cambiais serão mais rápidas, seguras e fáceis de usar.
Regulamentação e desafios jurídicos da tokenização
No campo regulatório, Tatiana Guazzelli, sócia do Pinheiro Neto Advogados, explicou os desafios jurídicos da tokenização e a necessidade de estabelecer um arcabouço legal robusto. Ela comentou que o Banco Central já lançou consultas públicas para o setor comercial e que a participação dos agentes do mercado é importante para equilibrar a inovação e a segurança jurídica.
“O Brasil está construindo um ambiente regulatório sólido para ativos digitais, o que permitirá maior previsibilidade e confiança para investidores e empresas”, afirmou Guazzelli.
O Brasil como referência global
O debate reforçou o Brasil como referência mundial na digitalização financeira. Bruno Balduccini, sócio do Pinheiro Neto Advogados e moderador do evento, enfatizou que o país já é um dos mais avançados no setor, superando até os mercados europeus e americanos em inovação.
A tokenização abre um novo capítulo para o sistema financeiro, com potencial para revolucionar mercados, democratizar o acesso a ativos e investir na economia digital. O evento do BFBC deixou claro que o Brasil está na vanguarda dessa transformação, combinando tecnologia, regulação e inovação para moldar o futuro das finanças globais.
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