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Saem as telinhas, entram os livros impressos

A proibição de celulares nas escolas deve incentivar as crianças a obter o ‘status de leitor’ para os seus cérebros, ameaçados pelo 'brain rot'. Li...

24/01/2025 20h07
Por: Redação Fonte: Agência Dino
Marcela Arantes
Marcela Arantes

Brain rot. Quando a palavra do ano, eleita pelo prestigiado dicionário de Oxford, é sobre o desastre que vem ocorrendo com o consumo irrestrito de informações rápidas e rasas nas redes sociais, um alerta deve ser considerado.

Segundo o dicionário, a procura pelo termo cresceu 230% em 2024. Ao pé da letra, brain rot significa ‘cérebro podre’ e alguns centros de saúde nos Estados Unidos já oferecem tratamento para o problema que pode se manifestar como neblina mental, letargia, redução da capacidade de atenção, declínio cognitivo, entre outros sintomas.

Se o ‘apodrecimento cerebral’, alertado pelo dicionário Oxford, é um problema sério para os cérebros adultos, imagine-se o prejuízo desastroso quando o conceito se aplica a cérebros ainda em formação para o ‘status de leitor’, como é o caso de nossas crianças e adolescentes. A expressão ‘status de leitor’ foi criada pela neurocientista Maryanne Wolf, autora do best-seller ‘O Cérebro Leitor’, publicado no Brasil pela editora Contexto.

A pesquisadora alerta sobre a necessidade de equilibrar a leitura digital com a de livros impressos, pois estes favorecem o que ela chama de ‘leitura profunda’. A preocupação de Maryanne é: “se não compreendermos as significativas contribuições e as necessidades de um cérebro que realiza leituras profundas, poderemos perdê-lo – algo que trará consequências para todos os membros de uma sociedade democrática”.

O temor da professora Wolf se apresenta em resultados de estudos recentes que mostram os prejuízos ao cérebro devido ao uso exagerado de telas e telinhas. Entre os prejuízos detectados estão o declínio do desempenho escolar e, o pior, problemas de socialização, como o bullying digital, que afeta as meninas majoritariamente. É terrível constatar o aumento significativo de suicídios de adolescentes, em todo o mundo.

Um em cada quatro países já aderiu à proibição. O Brasil chegou agora, mas no Reino Unido os celulares foram banidos das escolas há quase três anos. Os resultados positivos dessa onda anti-telas ainda não podem ser plenamente mensurados, embora estudos recentes apontem que o banimento das telinhas já está gerando melhora no desempenho escolar e na redução do bullying. Mas o caminho é longo para que seja encontrado o ponto de equilíbrio entre mais leitura de livros de verdade e o entretenimento digital.

Na opinião de Carmen de Labra Pinedo, professora de fisiologia da Universidade da Corunha, na Espanha, a leitura de livros melhora a memória e a capacidade de reter informações, entre outros benefícios neurológicos.

“Na era das redes sociais, o tempo que passamos lendo um livro diminuiu significativamente, principalmente entre crianças e adolescentes que têm maior probabilidade de passar horas em plataformas como TikTok ou Instagram. No entanto, a neurociência revela que a leitura de livros tem efeitos muito mais positivos e duradouros no cérebro em comparação com o consumo de conteúdo nas redes”, diz a professora em seu artigo.

“O psicólogo social Jonathan Haidt, autor do livro “A Geração Ansiosa” diz que hoje em dia temos uma infância baseada no celular, ao invés de uma infância baseada no brincar. Este livro explica porque a saúde mental dos adolescentes entrou em colapso ao mesmo tempo e da mesma forma em tantos países no início da década de 2010, e o que podemos fazer para reverter essas tendências alarmantes.

A ideia dos estudiosos do assunto não é a de simplesmente banir o acesso a conteúdos na Internet, especialmente num tempo em que a tecnologia digital estabeleceu-se na realidade de nossas vidas, mas é preciso encontrar o ponto de equilíbrio entre ler e brincar, para que a leitura se torne interessante para ser implementada na rotina. Com a proibição de celulares nas escolas, há um grande potencial para que crianças e adolescentes tenham maior interesse por livros, mas estes devem ser cativantes. Um desafio para autores e editoras.

Leitura e Brincadeira

A editora Ases da Literatura, de Braga, Portugal, lançou sob o selo ‘Asinha’, o livro infantil “Brincadeirópolis – A cidade mais divertida do universo”, no dia 16 de janeiro de 2025. A obra é o primeiro livro de Marcela Arantes, cineasta premiada com Kikitos e passagem pelo Sundance Festival, e roteirista de novelas infanto-juvenis de grande sucesso do SBT, como “Carrossel”, “Chiquititas”, “Cúmplices de Um Resgate”, “As Aventuras de Poliana”, “Poliana Moça” e “A Infância de Romeu e Julieta”.

O livro tem características um pouco diferentes dos livros infantis mais comuns do mercado brasileiro: são 160 páginas fartamente ilustradas, divididas em capítulos, para ler um pouco por dia/noite. O formato é compacto, cabe na mochila, e tem orelhas para marcar as páginas (que nem livro de gente grande).

A narrativa é sobre a aventura de uma turma de crianças que é convidada por seres de outra dimensão para brincar na cidade Brincadeirópolis, que se intitula ‘a mais divertida do universo’. O livro tem páginas descartáveis com apetrechos – óculos e relógios interdimensionais – para serem usados nas brincadeiras entre amigos.

“Depois de 13 anos escrevendo novelas que podem ser assistidas em família, eu quis criar uma história totalmente original, que também estimulasse o momento de conexão entre pais e filhos (e avós) por meio da leitura. Eu sou mãe e percebo o quanto é importante para as crianças o brincar e, principalmente, usar a imaginação nas brincadeiras de faz de conta.

As aventuras de Brincadeirópolis terão continuidade em outros livros e meios. “Esse é o primeiro livro, é só o início da jornada. Todo o conhecimento acadêmico e a experiência adquirida no SBT estou usando para criar o universo de Brincadeirópolis. Meu objetivo é compor um mundo de imaginação para as famílias explorarem e se conectarem, que começa com a literatura”.  Marcela está escrevendo um longa-metragem e uma série de tv baseados nesse universo e ainda grava vídeos de brincadeiras que são postados no perfil Instagram de Brincadeirópolis.

O livro está à venda no site da Amazon.

 

 Serviço:

“Brincadeirópolis – A Cidade mais Divertida do Universo”

Instagram: @brincadeiropolis

Site: www.brincadeiropolis.com.br

Autora: Marcela Arantes - IMDB

Ilustracões: Gabriel Sozz

Editora: Ases da Literatura / Asinha

 

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