A equipe técnica da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) que participa da Feira Internacional de Havana (Fihav 2024) teve agenda na manhã desta terça (5), no Ministério da Agricultura de Cuba (Minag). Na agenda, liderada pela secretária executiva de Fomento Produtivo e Agroecologia da SDA, Irineuda Lopes, foi discutido o Programa de Agricultura Urbana, Suburbana e Familiar do ministério e a possibilidade de cooperação do Ceará com Cuba no sentido da construção da política estadual de Agricultura Urbana e Periurbana.
O diretor financeiro da Ematerce, José Maia, o assessor da presidência da empresa, Fuad Nogueira, e o coordenador do Projeto São José, Lafaete Almeida, participaram da reunião. A comitiva cearense foi recebida pela diretora nacional do programa, Elizabeth Peña, e pelo especialista superior do Departamento de Relações Internacionais e Colaboração do ministério, José A. Buides Casañas.
O Programa de Agricultura Urbana e Suburbana de Cuba foi desenvolvido como um sistema organizado desde 1997 e teve seus antecedentes desde 27 de dezembro de 1987, quando o governo indicou a universalização da organopônica, como é chamado o sistema de hortas orgânicas urbanas em Cuba.
Após o encontro no Minag, Elizabeth levou a equipe da SDA até a unidade produtiva organopônica, conhecida como pátio, no município de Playa. O local, antigamente um lixão, foi transformado através do plantio de hortas, e também tem um centro de comercialização para a população.
A secretária executiva Irineuda Lopes afirmou que o modelo cubano de agricultura urbana pode inspirar o Ceará. “Nossa ideia é realizar em Fortaleza o segundo seminário estadual de Agricultura Urbana, para que possamos reunir todos os atores e construir a política estadual. A cidade de Fortaleza deverá ser parte importante neste processo, pois a agricultura urbana é uma das saídas para acabarmos com a fome no Ceará, em particular na periferia da Região Metropolitana da capital. E Cuba pode nos ajudar nessa construção, por meio de acordo de cooperação. Podemos retribuir o apoio com nosso conhecimento acumulado em extensão rural, para ajudar Cuba a superar as dificuldades relacionadas à sua autonomia na produção de alimentos orgânicos e saudáveis”, explicou.
Organopônicos são um sistema de hortas orgânicas urbanas em Cuba. Eles consistem frequentemente de estruturas de concreto de baixo nível preenchidas com matéria orgânica do solo e, com linhas de irrigação por gotejamento colocada sobre a superfície do meio de crescimento.
Com 37 anos de existência, o programa de agricultura urbana é estratégico para a soberanoa alimentar do povo cubano. Em todo o país, há 1.200 unidades de produção, unidades de produção de sementes, unidades de produção de bioinsumos, composteiras e mini agroindústrias para beneficiar hortaliças.
A produção é de 1 milhão e 400 mil toneladas de alimentos por dia para todo o país, cuja população é de 11 milhões de pessoas.
A política nacional de agricultura urbana e periurbana conta com seis subprogramas, todos com metas e indicadores, além de se constituir um sistema de monitoramento participativo com 1.400 conselhos populares
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo de hortaliças quintuplicou em Cuba entre 1997 e 2013, não só pelo aumento da produção, mas também porque foi possível estender o seu cultivo a todas as cidades, vilas e pequenas “aldeias” ou seus arredores. O Conceito de Agricultura Familiar no caso de Cuba está basicamente inserido no Programa.
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