A Polícia Civil, por intermédio da 3ª Delegacia de Campo Grande, prendeu em flagrante, na última terça-feira, 01/10, E.M.L.G. (41) e L.S.S.(29), integrantes de associação criminosa responsável por realizar compras fraudulentas de medicamentos por meio da simulação de pagamento, causando prejuízo de R$ 441.124,93 a uma empresa desta capital. Eles foram presos na Rua Marechal Rondon, no centro de Campo Grande-MS.
De acordo com as informações levantadas, no dia 16 de setembro deste ano, um dos integrantes entrou em contato com uma rede de farmácias, se identificou como médico, manifestando o interesse em adquirir 20 unidades do medicamento Ozempic, que custa em média R$ 1,2 mil.
Em seguida, outras sete compras foram realizadas pelo suposto médico, sendo que no dia 17 de setembro foram adquiridas 30 unidades da mesma medicação, no dia 18 de setembro mais 30 unidades e no mesmo dia, mais 30 unidades. Ainda no dia 18, outras 35 unidades foram compradas e no dia 20 de setembro, mais 90 unidades.
Já no dia 23 de setembro foram 20 unidades e no dia 24 outras 20. As notas fiscais foram todas emitidas em nome do suposto médico.
O setor de televendas da empresa vítima também recebeu outra ligação de um segundo indivíduo, que também se identificou como médico e realizou duas compras, sendo uma carga de 50 unidades do mesmo medicamento, no dia 18 de setembro e outros 90 exemplares no dia 22/09.
Os pagamentos foram realizados via link e, a administradora de crédito aprovou todas as compras dos cartões, enviando sinal positivo de liberação à farmácia, razão pela qual a venda foi efetivada e a mercadoria retirada, por pessoa indicada pelo adquirente. No entanto, no dia 29/09/2024, a rede de cartões entrou em contato com a empresa da vítima, informando que todos os pagamentos haviam sido contestados pelos titulares dos cartões e os pagamentos cancelados.
Estelionato
Foi feito contato com os médicos titulares dos cartões informados nas compras e estes disseram que não foram eles que fizeram as aquisições dos medicamentos e que já haviam registrado Boletim de Ocorrência, pois, segundo eles, seus nomes estariam sendo utilizados de forma indevida para o cometimento de crime.
Diante disso, a vítima, que teve um prejuízo de quase R$ 500 mil, procurou a Polícia Civil e registrou a ocorrência na 3ª Delegacia de Campo Grande, que imediatamente iniciou investigação, para identificar e localizar os autores do fato criminoso. Após diversas diligências, foi possível identificar, localizar e prender dois dos envolvidos.
Análise de dados e vistoriain locorealizadas pela 3ª DP, permitiu verificar quem realizava a retirada da mercadoria e quem a mantinha resfriada até a destinação final. Um dos integrantes foi localizado na posse do veículo utilizado para transportar os medicamentos, confessando ter recebido em três ocasiões diferentes, mercadorias acondicionadas em caixas de isopor e que sua função era manter o conteúdo armazenado em geladeira por poucas horas, esclarecendo que seu companheiro, L.S.S. é quem lhe passou esse “trabalho”.
Os investigadores indagaram E.M.L.G. onde estavam guardadas as mercadorias, já que em seu local de trabalho, onde ele foi localizado, não havia geladeira e ele respondeu que entregou para outra pessoa dar destinação, mostrando em seu aparelho celular as conversas mantidas com o companheiro, bem como levou os policiais até o local em que residiam a fim de comprovar que não estava na posse da mercadoria.
Tráfico de drogas
Ao chegar no local indicado, os policiais logo sentiram forte odor similar à maconha e localizaram tabletes deste tipo de entorpecente e também de cocaína, armazenados na residência. Ao todo foram apreendidos 40 tabletes de maconha e 124 gramas de cocaína, além de petrechos utilizados para comercialização da droga.
Ambos os autores são reincidentes e, L.S.S. possuía mandado de prisão em aberto contra si. Eles foram autuados em flagrante pelos crimes de associação criminosa destinada à prática de crimes de estelionato, tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, cujas penas somadas podem alcançar 28 anos de reclusão.
A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva e as investigações prosseguirão, para a identificação dos demais integrantes da associação e recuperação do dinheiro e/ou medicamentos desviados da vítima, que já foram vendidos pelos autores.
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