O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) alertou, em pronunciamento nesta quarta-feira (18), sobre a grave situação das queimadas no Brasil. Segundo o parlamentar, cerca de 60% do território nacional está coberto por fumaça, resultado de incêndios de “origem criminosa”, que afetam tanto a saúde da população quanto a biodiversidade do país.
— Respirar tornou-se, nos últimos dias, quase um ato de resistência para milhões de brasileiros. São várias as cidades com prontos-socorros cheios de pacientes com problemas respiratórios, a maioria crianças e idosos, os mais indefesos, num ambiente de muito calor, clima desértico e um ar insalubre. Parece ficção, mas o que estamos vendo não é cenário de filme sobre desastres naturais. Vivemos uma realidade assustadora com o Brasil pegando fogo, e não se trata de figura de linguagem: é literal e inconcebível que estejamos queimando as nossas belezas, extinguindo muitas das nossas mais de 100 mil espécies animais e destruindo inúmeros dos quase 50 mil tipos de vegetais — lamentou.
O senador criticou a falta de medidas preventivas para evitar desastres naturais. Ele apontou que, apesar dos alertas científicos sobre a seca iminente, nenhuma ação foi tomada para minimizar os impactos da estiagem. Kajuru defendeu a necessidade de o Brasil assumir seu papel como potência climática, adotando políticas ambientais sustentáveis. Entre as propostas, o parlamentar destacou a erradicação do desmatamento até 2030, a aceleração da transição energética e a restauração de áreas florestais em zonas urbanas para conter o aumento das temperaturas, principal fator de agravamento dos desastres climáticos.
— Com urgência, são necessários planos, metas e trabalho articulado, conduzido pelo governo federal, com participação de toda a sociedade, para enfrentar os eventos climáticos extremos. Precisamos dar exemplo ao mundo. O Brasil adotar, de fato, uma política de Estado ambiental sustentável, reduzir o espaço para negacionismos e evitar a leniência por parte do poder público, inclusive nas esferas estaduais e municipais. É fundamental uma ação firme, destemida e incessante contra o crime ambiental praticado por madeireiros, traficantes de animais silvestres, garimpeiros e setores agrícolas arcaicos — alertou.
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