O 1º Congresso Multidisciplinar sobre Autismo em Goiânia, intitulado 'Jornada do Autismo em Goiás', promete reunir cerca de 1,8 mil participantes nos dias 1 e 2 de junho, no Centro de Convenções da cidade.
Este evento surge com o propósito de promover conscientização e capacitação para enfrentar os desafios associados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição complexa que afeta o desenvolvimento neurológico e se manifesta de formas diversas em cada indivíduo.
Estima-se que haja 4 milhões de pessoas com TEA no Brasil - estimativa feita com base em dados do CDC ( Centers for Disease Control and Prevention) que dizem que 1 em cada 36 pessoas está no espectro do autismo nos Estados Unidos (2023).
No mundo, segundo a ONU, acredita-se haver mais de 70 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem. A incidência em meninos é maior, tendo uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo.
Com a presença de aproximadamente 30 palestrantes, entre médicos, advogados, psicólogos, ativistas, autistas e fonoaudiólogos, o congresso abordará uma ampla gama de temas relacionados ao autismo.
Desde questões médicas e terapêuticas até aspectos jurídicos e sociais, os participantes terão a oportunidade de adquirir conhecimento de especialistas e compartilhar experiências com outros profissionais e familiares.
Este será o primeiro congresso multidisciplinar sobre autismo no estado de Goiás, e sua importância vai além da capacitação profissional. A ideia é unir profissionais da saúde, educação e direito, juntamente com mães e familiares de pessoas com TEA, para discutir o tema com base em evidências científicas e experiências vivenciadas no dia a dia.
Sarita Melo, fundadora do congresso e mãe de uma criança autista, enfatiza a relevância do evento não apenas para disseminar conhecimento, mas também para arrecadar recursos em prol da causa autista. "Ainda é preciso desmistificar muito sobre o autismo e a melhor forma é com estudo e consciência. O congresso vem exatamente neste sentido, para incentivar e colaborar com os avanços científicos", destaca Sarita.
Um dos principais desafios abordados no congresso será o diagnóstico tardio do autismo no Brasil. Embora os sinais geralmente estejam presentes por volta dos 18 meses, o diagnóstico costuma ser feito tardiamente, entre os 3 e 6 anos de idade.
Identificar os sinais precocemente direciona ao tratamento antecipado, minimizando os impactos dos atrasos e proporcionando uma melhor qualidade de vida para os autistas.
Além disso, o congresso trará pautas atuais como a inclusão nas escolas, o bullying enfrentado por indivíduos autistas, os direitos que muitas vezes são violados e a necessidade de uma maior conscientização e sensibilização da sociedade em relação ao TEA.
Ainda, de acordo com Sarita Melo, no Brasil, é preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes para a criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. “Somente com o diagnóstico precoce, e consequentemente uma intervenção multidisciplinar prematura, poderemos oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo”, finalizou Melo.
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