A diabetes não tratada pode levar a danos graves, como a amputação de membros
Uma doença, por muitas vezes, silenciosa. Dados da pesquisa Vigitel Brasil, do Ministério da Saúde, apontam que a diabetes, doença crônica caracterizada pela produção ineficiente ou resistência à ação da insulina, atinge 10,2% da população brasileira, sendo mais comum o tipo 2. No Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) localizada na Messejana, uma programação especial foi elaborada para lembrar da importância em iniciar o tratamento o mais rápido possível, evitando maiores danos à saúde. O lembrete está inserido no “Novembro Diabetes Azul”, uma campanha mundial em prol da conscientização sobre a doença.
José Ribamar Paiva, de 71 anos, sabe bem das consequências que podem ocorrer com a ausência de cuidados com a saúde. Só este ano, o aposentado preciso se internar em três hospitais. No Hospital Geral de Fortaleza (HGF), ele precisou realizar uma cirurgia para a amputação dos dedos dos pés, problema decorrente da diabetes não tratada. Depois de internar-se também no Hospital Estadual Leonardo da Vinci (HELV) por complicações da doença, teve ainda que passar pelo HGWA, após outro susto com um princípio de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“Machuquei um dos dedos dos pés, mas não tratei, como usava botas para realizar alguns serviços não dei muita importância. Procurei um médico quando já estava sem jeito. Há um mês atrás fui operado com a amputação dos dedos dos pés”, relembra.
Com os sustos, seu Ribamar deixa um conselho: “Tem que se cuidar, ser outra pessoa. Seguir as recomendações do médico, melhorar a alimentação, mudar tudo. O conselho que eu deixo é que as pessoas deem prioridade a saúde, deixem em primeiro lugar”, afirma.
A endocrinologista Amanda Vasconcelos Freitas, que atua no HGWA, explica que a campanha nacional deste ano pretende falar sobre o risco da diabetes e a importância da realização de exames de rastreio para pessoas com fatores de risco, como aquelas que estão acima do peso ideal, que têm histórico familiar ou que tiveram diabetes durante a gestação. Ela lembra que é fundamental controlar a doença o quanto antes.
“É uma comorbidade extremamente prevalente. No mundo todo, estima-se que mais de 500 milhões de pessoas estejam acometidas com essa comorbidade, com projeção de números maiores no futuro. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, apenas 26% dos pacientes brasileiros estão com as diabetes controladas. São esses pacientes que vão apresentar suas complicações, entre elas, o pé diabético, problemas renais e a retinopatia”, explica.
A especialista diz ainda que muitos pacientes internados, por outros motivos, no HGWA, recebem o diagnóstico da diabetes durante esse internamento. Ela relembra os cuidados para evitar a doença: “Uma boa alimentação, rica em fibras, verduras, frutas, alimentos ricos em ômega 3, carnes magras e a realização de atividades físicas diárias”, recomenda.
A equipe das clínicas médicas do HGWA preparou uma programação especial para debater a diabetes durante o mês de novembro
O HGWA recebe uma programação interna, lembrando o Novembro Diabetes Azul, campanha que durante todo o mês alerta sobre a importância dos cuidados com a doença. Dentro das atividades, que iniciaram na última terça-feira (14), haverá palestras educacionais com a equipe multiprofissional, orientações aos pacientes e acompanhantes e um almoço temático, na sexta-feira (17), com o apoio da equipe de Nutrição, que irá distribuir folders sobre os cuidados com a alimentação, receitas diets e os alimentos que devem ser evitados no tratamento da doença.
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