O mundo passa por grandes transformações sociais e ambientais e, com elas, a importância de adotar mudanças nessas áreas se mostra cada vez mais urgente na sociedade. Por isso, o IRES – Instituto de Responsabilidade Socioambiental da ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, acaba de compilar os resultados da sua 15° Edição da Pesquisa Nacional sobre Sustentabilidade nas organizações e aplicação das dimensões ESG.
O estudo apontou que 97,3% das organizações pesquisadas têm a sustentabilidade integrada à sua visão estratégica. Dentre elas, 73% das organizações desenvolvem ações sociais e ambientais. Tendo como beneficiários dos projetos de sustentabilidade, 64,9% a comunidade em geral e 54,1% os jovens.
Além disso, o estudo apontou que 78,4% das empresas sinalizaram a adoção de práticas mais responsáveis e preocupadas com o meio ambiente e passaram a reciclar seus resíduos. Dentre elas, 24,3% compensam com plantio de árvores e utilização de créditos de carbono.
Outro lado da pesquisa
A pesquisa também apontou que dentre as empresas participantes ainda é necessário ampliar a consciência ambiental: 54,1% não possuem políticas formais de compras de materiais verdes ou ambientalmente certificados e 51,4% não desenvolvem nenhuma ação voltada à logística reversa.
Além disso, 64,9% das organizações não possuem um Sistema de Gestão Ambiental implantado, auditado e certificado; 73% não realizam o Inventário de Emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa); 75,7% não têm indicadores e metas de redução de GEE (Gases de Efeito Estufa) e 75,7% das organizações não têm plano de compensação das emissões;
Vale lembrar que empresas preocupadas com o meio ambiente, são mais bem vistas por funcionários e fornecedores, que passam a valorizar cada vez mais o espaço de trabalho. Assim como os clientes, que vêem essas empresas com mais credibilidade.
Panorama ESG
O estudo também apontou um paradoxo no segmento: mesmo que apenas 45,9% das empresas tenham políticas claras de sustentabilidade baseada no ESG, quase 62,2% das organizações disseram que desenvolvem a Matriz de Materialidade como ferramenta de alinhamento das suas dimensões ESG (Environmental, Social e Governance, que em tradução significa ambiental, social e governança) na percepção junto aos grupos e indivíduos.
Na questão sobre a diversidade, para 73% e 76% das organizações sinalizaram que consideram e promovem ações de contratação e de políticas de apoio à diversidade. E 64,9% apoiam as mulheres para cargos de liderança. Entretanto, 30% das organizações não cumprem as cotas de inclusão de PCD´s, mesmo tendo a lei das cotas 8213/91 e regulamentada apenas em 2000, em que as empresas devem destinar de 2% a 5% das vagas.
“O estudo é uma fotografia do momento que as empresas estão passando e o seu envolvimento na adoção dos conceitos ESG e outras práticas sustentáveis. O que importa é que estas organizações possuem uma conscientização sobre o tema e o papel do IRES é fornecer as melhores práticas e experiências de gestão para auxiliá-las na implementação dessas ações e apoiar nessa jornada de transformação”, afirma Lívio Giosa, coordenador geral do IRES.
A pesquisa de alcance nacional abrangeu companhias de todos as regiões do país, com 6975 empresas alvo, sendo 33% de grande porte, 56% de médio e 11% de pequeno porte. Destes percentuais, houve um retorno de 1138 empresas, sendo 16,5% empresas responderam. 4% e 2% respectivamente são de empresas públicas, em nível municipal, estadual e federal. O resultado servirá de modelo para que o Instituto desenvolva uma cartilha de orientação aos dirigentes para aplicação de ESG. Além de uma série de atividades como palestras e fóruns dedicados ao tema.
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