O Programa Monitora Milho SC divulgou um boletim com as primeiras oito semanas de monitoramento da incidência de cigarrinha-do-milho e de sua infectividade para a safra 2023/2024. “Atualmente, em Santa Catarina, algumas lavouras estão em período vegetativo em torno de V5 a V8, mas há locais que agora estão semeando”, explica a pesquisadora Maria Cristina Canale, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Cepaf). Cristina reforça que não se pode negligenciar o manejo da cigarrinha durante a implantação da lavoura, até o estágio V8.
O relatório reúne dados do monitoramento realizado entre 24 de julho e 18 de setembro. Nele, técnicos e produtores podem verificar o número de cigarrinhas capturadas por semana nas lavouras acompanhadas em diferentes regiões de Santa Catarina. O monitoramento também apresenta a infectividade das cigarrinhas com os patógenos do enfezamento.
O programa Monitora Milho SC é uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados. Esse comitê é composto por membros da Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura.
A cigarrinha-do-milho pode ser responsável por perdas de até 100% nas lavouras. Ela é inseto-vetor dos microrganismos causadores das doenças do complexo de enfezamentos, que têm sido uma grande preocupação para os produtores brasileiros nos últimos anos.
Para ajudar a cadeia produtiva no monitoramento e controle da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina, a Epagri desenvolveu o aplicativo Monitora Milho SC . Esse app, disponível para download gratuito , permite aos produtores e técnicos acompanhar a incidência da cigarrinha-do-milho para tomar decisões mais precisas sobre o manejo. A ferramenta também traz informações sobre a infectividade da cigarrinha com os patógenos do complexo do enfezamento: fitoplasma do enfezamento vermelho, espiroplasma do enfezamento pálido e vírus-da-risca.
Maria Cristina explica que as informações geradas pelo monitoramento são fundamentais para a convivência da agricultura com a cigarrinha e as doenças transmitidas por ela. “Embora os enfezamentos já sejam conhecidos no país há algumas décadas, observamos que os surtos ocasionados por esses problemas têm sido bastante frequentes em todas as regiões produtoras do Brasil. Então é necessária a convivência do setor produtivo com o problema a partir de agora com a participação ativa de todos os produtores no manejo integrado regionalizado”, ressalta.
A recomendação da Epagri é que os produtores e técnicos mantenham uma rotina de acompanhamento dos dados do aplicativo, porque o status de infectividade do inseto pode mudar de uma semana para a outra. Para saber como fazer o manejo da cigarrinha-do-milho, o produtor deve procurar a Epagri do seu município ou o Centro de Pesquisa para a Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf).
Por Cinthia Andruchak Freitas, jornalista.
Mais informações:
Maria Cristina Canale, pesquisadora da Epagri/Cepaf: (49) 2049-7525.
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Isabela Schwengber, jornalista
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