Ediana Paula Ribeiro de Mendonça, 38, é moradora do município de Ubajara, região da Ibiapaba, no interior do Ceará. Na vida árdua do trabalho na roça, no cuidado com a plantação, mais um agravante teimava em deixar tudo mais difícil: a endometriose. Dores constantes persistiam, desde 2016, quando foi diagnosticada com a doença ginecológica. Há dois anos, ela perdeu um dos rins por conta da doença. Tudo mudou no sábado, 2 de setembro, quando foi submetida à cirurgia para tratar o problema.
De alta, na última quarta-feira (6), a agricultora voltou para casa com uma sensação de alívio, com a esperança de dias sem dores, sem preocupações, e com mais dedicação aos afazeres de casa, da vida. Ediana foi beneficiada com exames e a cirurgia de endometriose no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). A iniciativa faz parte doPrograma Saúde da Mulher, lançado pela Sesa, em agosto, em parceria com a Secretaria das Mulheres.
Mãe de uma filha, ela pretende se dedicar mais às atividades de casa e à lida com a roça. Ela diz que antes do procedimento, estava apreensiva, mas já se sente bem e ansiosa para ir para casa. “Eu estava me sentindo nervosa antes da cirurgia, porque a gente fica mesmo, né? Mas, agora, já está tudo bem, graças a Deus. Não estou sentindo nada. Ainda vou pensar no que vou fazer. Mas vou cuidar de casa, da roça. Já me sinto bem aliviada”, conta Ediana.
Para a ginecologista Aline Rolim, integrante da equipe que realizou a cirurgia, o procedimento foi complexo, mas exitoso. “Foi um caso bem desafiador. Paciente muito jovem, com uma história de ter perdido um rim por conta da doença, tendo feito cirurgia para retirada desse rim. Então foi uma segunda cirurgia, que sempre é mais complexa. Graças a Deus, correu tudo bem, com sete horas de duração. Foram três equipes em campo, com ginecologista, coloproctologista e urologista. A gente conseguiu retirar as lesões, manter o útero dela e conseguimos também preservar o outro rim”, explica.
Durante todo o tempo em que esteve no HGCC, Ediana teve a companhia da cunhada, Janir Cunha de Aguiar, 47. Ela já a acompanha durante todo o tratamento. “A endometriose estava muito avançada nos órgãos dela. Aí eu fiquei até preocupada, mas agora eu estou feliz. Apesar do que ela já passou, está tudo bem, graças a Deus”, confirma Aguiar.
Assim como Ediana Paula, outras 45 mulheres estão em acompanhamento no HGCC para o tratamento da endometriose. Até o momento, já foram realizadas cinco cirurgias. “Começamos no dia 19 de agosto. No primeiro momento, foram 46 pacientes atendidas. Algumas com exames realizados e outras que necessitam de novas avaliações. No dia 21 de agosto aconteceu a primeira cirurgia. No dia nove de setembro, a quinta paciente será operada. Estamos resgatando e chamando as pacientes que não compareceram”, esclarece a diretora médica do HGCC, Lucíola Campos Lavor.
As cirurgias fazem parte do Programa Saúde da Mulher, que agiliza as cirurgias eletivas de endometriose no estado, bem como o tratamento da doença. A iniciativa é realizada no HGCC, no Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA), no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), os três da Rede Sesa, e na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), unidade federal.
Antes da alta, a paciente foi orientada e recebeu informações, para quando estiver em casa, sobre cuidados com alimentação, higienização atividades, bem como a importância da hidratação. “Os cuidados são importantes também após a cirurgia”, finaliza Aine Rolim.
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