Pensando na organização e alinhamento dos serviços de saúde, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) publicou no Diário Oficial desta quinta-feira (17), a resolução que trata sobre a Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica (DRC) de Mato Grosso do Sul, desde a prevenção à identificação de um possível paciente portador da doença no Estado. A ação busca melhorar o fluxo dos serviços de saúde para os pacientes no Estado.
A DRC é uma condição de saúde que representa um desafio significativo para os sistemas de saúde, exige abordagens mais integradas e cuidado contínuo ao longo do tempo. Geralmente a doença é silenciosa, não dando sinais ou sintomas, sobretudo no início. Assim, a melhor forma de prevenir é detectar a doença ainda no início.
Para o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, a linha de cuidado favorece no diagnóstico precoce da doença. O início do tratamento em tempo adequado, a identificação de complicações, o início oportuno da TRS (Terapia Renal Substitutiva) e a indicação de transplante renal representa um cenário de melhores condições clínicas do paciente. Além disso, contribui para perceber o cuidado para além da Terapia Renal Substitutiva.
“É garantir ao setor da assistência à saúde no Estado condições de manter em bom funcionamento, com qualidade, a assistência aos pacientes que necessitam de Terapia Renal Substitutiva, por exemplo, a hemodiálise”, pontua Simões.
Segundo a superintendente de Atenção à Saúde da SES, Angélica Cristina Segatto Congro, a linha de cuidado como forma de estruturação do cuidado pode funcionar, antes de tudo, como uma estratégia de aproximação da integralidade do cuidado, uma maneira de enxergar os serviços como um todo.
“O objetivo é ter um documento instrutivo para organizar o cuidado do paciente renal crônico. Todos os municípios do Estado utilizando esse instrumento para organizar o cuidado dos seus pacientes”.
A coordenadora das Doenças Crônicas da SES, Andreia Ferreira da Costa, explica que ao realizar o mapeamento dos serviços de saúde dentro da linha de cuidado auxiliará no reconhecimento e identificação do paciente com DRC antes do agravamento da doença. “Com a linha deixamos claro quem faz o serviço, para onde que devemos mandar o paciente que precisa fazer uma diálise. Então, neste sentido que foi desenhado os serviços já existentes”.
Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica
Seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, a implantação da linha de cuidado é uma abordagem que busca organizar os serviços de saúde de forma integrada e contínua, com base em diretrizes clínicas e protocolos, visando garantir uma assistência qualificada e efetiva que contempla ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, bem como a educação em saúde e o apoio social aos pacientes. Ademais, implementar a estratificação de risco da população com DRC de acordo com a classificação do seu estágio clínico.
Entre os objetivos para a implantação da Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica estão:
A Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica é também uma aproximação de uma visão de rede, idealizada em um território, organizada em função de trajetórias, ou seja, do itinerário que aquela condição exige que o paciente percorra com essa condição crônica.
Pelo dinamismo da vida do paciente, considerando os níveis de atenção dos serviços de saúde, em dado momento, ele pode estar na Atenção Primária, em algum momento pode precisar da Atenção Especializada e em outro momento passar pela urgência e emergência ou até mesmo estar na fila para transplantes.
“Entendo que nesse processo todo, não só a SES, mas é a população de Mato Grosso do Sul que ganha, porque conseguimos ver a doença. Atualmente enxergamos na Doença Renal Crônica o paciente dialisando na máquina e lá não tem mais jeito de ter melhora e quando temos uma linha construída, temos uma perspectiva diferente para o desfecho desse paciente. Pode ser que não chegue a fazer diálise e que também não cresça o número de pacientes que necessitam da hemodiálise, conseguindo cuidar dessa doença desde o seu início”, conclui a técnica da Coordenadoria das Doenças Crônicas da SES, Michele Martins Nogueira
Kamilla Ratier, SES
Foto: Álvaro Rezende/Arquivo
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