Nos dias 13 e 14 de julho de 2013, os primeiros carregamentos de carne suína produzida em Santa Catarina eram embarcados nos portos de Itajaí e Navegantes com destino ao Japão. Era a concretização de um longo trabalho de produtores, agroindústrias e autoridades para diferenciar a produção catarinense e conquistar espaço em mercados exigentes no aspecto sanitário.
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), empresa ligada à Secretaria de Estado da Agricultura, foi parte deste esforço. A certificação do Estado como Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação e de Zona Livre de Peste Suína Clássica (PSC), emitida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), é um importante diferencial para a exportação.
Santa Catarina é o maior exportador de carne suína no Brasil. No ano de 2023, já foram comercializados US$ 644 milhões em cortes suínos para outros países, sendo cerca de US$ 48 milhões para o mercado japonês.
“A aceitação do produto catarinense em mercados que primam pela qualidade é a comprovação do trabalho de excelência dos produtores, das agroindústrias e do Governo do Estado. Nosso compromisso é manter o status sanitário que tantas portas abriu ao agro catarinense, mobilizamos nosso corpo técnico da Secretaria da Agricultura e das empresas públicas para qualificar as cadeias produtivas”, afirma o governador Jorginho Mello.
A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, ressalta que a sanidade animal é um ativo que permite ao Estado comercializar seus produtos com um mercado rico, exigente e crescente como o Japão. “Para Santa Catarina, interessa muito manter este mercado. As certificações de livre de febre aftosa e livre de PSC são uma riqueza do nosso estado, conquistada duramente pelos produtores rurais e técnicos do governo, em conjunto com cooperativas, agroindústrias. Um trabalho gigantesco de décadas em saúde dos animais e que agora podemos comemorar como uma grande vitória do povo catarinense”, celebra a presidente Celles.
As projeções são de crescimento nos negócios. Mais de 19 mil famílias em Santa Catarina trabalham como produtores integrados ou cooperados na cadeia avícola ou na cadeia suína. Diariamente, são abatidos mais de 34 mil suínos, 70% deles encaminhados para a exportação.
Sanidade animal
O Departamento Estadual de Sanidade Animal (Dedsa) da Cidasc executa diversos programas sanitários para prevenir e controlar doenças em animais de produção. Em relação à sanidade suídea, o Estado é certificado como Zona Livre de Peste Suína Clássica (PSC), doença ainda registrada em algumas partes do Brasil. A certificação de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação também beneficia a comercialização da carne suína, pois espécies de cascos bipartidos são suscetíveis à doença.
O Programa de Sanidade Suídea realiza atividades de vigilância, profilaxia, controle e erradicação das principais doenças que afetam os plantéis. São feitas fiscalizações e supervisões técnicas nos estabelecimentos de produção e reprodução de suídeos, verificando o cumprimento das normas sanitárias.
Além disso, a Cidasc estabelece normas e procedimentos técnicos que visam garantir a sanidade animal, como as regras para trânsito de cargas vivas ou de produtos de origem animal e aquelas aplicadas ao manejo de suídeos asselvajados (javalis). Os Agentes de Manejo Populacional (AMPs) recebem treinamento para colheita de amostras de sangue dos animais abatidos, que servem para monitorar a ocorrência entre animais selvagens de doenças que possam afetar a produção comercial e de subsistência.
A educação sanitária ocupa lugar de destaque nas atividades da Cidasc, com ações voltadas à orientação do produtor rural e à sociedade em geral: um destes projetos é o Sanitarista Junior, voltado a estudantes do Ensino Fundamental, que aprendem noções básicas sobre a saúde dos animais de produção e o impacto destas medidas na alimentação humana e na economia local.
Confira a notícia publicada na época acessando este link: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2013/07/santa-catarina-embarca-primeiras-cargas-de-carne-suina-para-o-japao.html
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