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Com expansão de 37%, safra de grãos 22/23 deve chegar a 46,6 milhões de toneladas no Paraná

Se confirmado, volume será 37% superior que o da safra 2021/2022. Está certo que o Estado terá recorde em produção de soja, com 22,5 milhões de to...

30/06/2023 14h20
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
Foto: José Fernando Ogura
Foto: José Fernando Ogura

A nova Previsão Subjetiva de Safra , divulgada na quinta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), mostra que a produção de grãos no Paraná no ciclo 2022/2023 deve gerar 46,6 milhões de toneladas em uma área de 10,85 milhões de hectares.

Se confirmada, a produção representará um aumento de 37% no volume comparativamente à safra 2021/2022, que gerou 34,1 milhões de toneladas e sofreu influência das adversidades climáticas. A área é semelhante à da safra anterior, quando os agricultores paranaenses plantaram 11 milhões de hectares.

O relatório confirma o recorde da safra de soja, com 22,45 milhões de toneladas em uma área de 5,78 milhões de hectares. O volume é 80% superior ao produzido na safra 2021/2022, que chegou a 12,45 milhões de toneladas. Apesar da redução da estimativa para a segunda safra de milho, de 14 milhões para 13,8 milhões de toneladas, o cereal apresenta boa produtividade.

As avaliações dos técnicos do Deral neste mês também mostram o bom desempenho dos cereais de inverno. Na soma, são 5,54 milhões de toneladas, com destaque para o trigo, que terá 4,56 milhões de toneladas deste total, produção 30% maior do que na safra passada, e a cevada, cujo volume pode chegar a 382 mil toneladas nesta safra, 14% superior ao da safra 2021/2022.

De maneira geral, o Estado deve ter uma boa safra, segundo o chefe do Deral, Marcelo Garrido. “Temos um bom quadro no Paraná no momento, com boas produtividades em grande parte das culturas”, afirma.

SOJA– Os números apontam uma produção recorde de 22,45 milhões de toneladas de soja no Paraná. Porém, a comercialização da safra segue lenta. Historicamente, até junho a comercialização gira em torno de 70%. Nesta safra, porém, o percentual atingiu 51%, segundo o analista do Deral Edmar Gervásio.

“A colheita mais tardia da safra, junto com dificuldades de escoamento, preços menores e uma superprodução, justificam esta comercialização mais lenta”, explica.Na última semana, o preço pago aos produtores de soja pela saca de 60kg foi de R$ 120,13, em média. Na semana anterior, a média foi de R$ 120,98.

MILHO– A produção esperada na segunda safra de milho no Paraná reduziu 209 mil toneladas em relação à expectativa inicial. A previsão agora é de que o Estado colha 13,8 milhões de toneladas. A área plantada nesta safra é de 2,4 milhões de hectares, 12% menor do que a área da safra 2021/2022. De acordo com o Deral, as chuvas abaixo do esperado em boa parte do Paraná, junto com pragas em parte das lavouras, são os principais motivos para a redução. Se comparado ao ciclo anterior, de 13,3 milhões de toneladas, o volume estimado é 4% maior.

No mercado, os preços do cereal apresentaram uma reação, registrando uma alta de 8% na semana passada quando comparados à semana imediatamente anterior. Os produtores chegaram a receber R$ 48,98 pela saca de 60 kg. “Entretanto, o preço atual é ainda quase 40% menor que os preços praticados em junho de 2022”, diz Gervásio.

FEIJÃO– A segunda safra de feijão ocupa uma área de 292 mil hectares e, segundo o último levantamento realizado pelos técnicos, a produção paranaense está estimada em 506 mil toneladas. Essa estimativa, se confirmada, será 11% inferior à do ano passado, concluída com 570,2 mil toneladas. A área de cultivo também é menor. No ciclo 2021/2022, o feijão ocupou 342,9 mil hectares. Agora, a estimativa é de 291,6 mil hectares.

A colheita da safra atual está se encaminhando para o encerramento, com 81% da área total. O clima tem favorecido os trabalhos de campo nesta fase da cultura, e garantido excelente qualidade para o feijão colhido. “Acredita-se que nas próximas duas semanas esse trabalho seja concluído em todas as regiões produtoras do Estado”, diz o economista Methodio Groxko.

Na semana passada, o produtor recebeu, em média, R$ 244,00 por saca de 60 kg pelo feijão de cor, com uma redução de 0,6% em relação ao período anterior. Já o feijão preto foi comercializado a R$ 208,00 por saca de 60 kg, representando um aumento de 4,5% em relação à semana anterior. O economista do Deral ressalta, no entanto, que enquanto o preço do feijão do tipo cores continua em queda, o tipo preto tem apresentado uma reação positiva nas últimas semanas e o valor recebido atualmente é igual ao do mês de junho do ano passado.

TRIGOA expectativa para a produção de trigo ainda é de safra cheia, apesar de alguns problemas pontuais observados no Norte do Paraná. Nesta semana, o plantio evoluiu bem com o tempo seco depois das chuvas, e chegou a 91% da área de 1,39 milhão de hectares, de acordo com o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho. Estima-se a produção de 4,56 milhões de toneladas, 30% maior do que na safra passada. Já o ganho de área foi de 12%.

Os preços pagos do produtor de trigo ainda não reagiram. Na última semana, os agricultores receberam, em média, R$ 66,17 pela saca de 60kg, semelhante à semana anterior, R$ 66,38. “Os valores ainda estão no limite do custo de produção”, analisa.

MANDIOCA– O Deral estima uma produção de 3,29 milhões de toneladas de mandioca em uma área de 135,6 mil hectares. Essas expectativas superam a safra 2021/2021 tanto em volume (12%) quanto em área (7%). No ciclo passado, o Paraná havia colhido 2,95 milhões de toneladas em 126,4 mil hectares. Os produtores receberam, em média, R$ 757,22 pela tonelada de mandioca posta na indústria na última semana, diferença de 0,5% comparativamente ao valor da semana anterior, R$ 761,02.

BOLETIM AGROPECUÁRIO– O Deral também divulgou nesta quinta-feira o Boletim de Conjuntura Agropecuária . Além de analisar a produção dos principais grãos, o documento fala sobre a bovinocultura de leite, produção de frango – com dados da Pesquisa Trimestral de Abate do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fruticultura e piscicultura.

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